Toyota Supra GR – Ensaio Teste
Toyota Supra GR
Texto: José Manuel Costa ([email protected])
Um belíssimo desportivo
Nasceu como FT-1, amiudes vezes foi desmentido e demorou sete anos a ser desenvolvido. Porém, mais ano menos ano, o Supra tinha de regressar. É um carro que deixou marca na história da Toyota, é um carro que povoa a mente dos adeptos dos desportivos, é um carro importante que tem uma enorme legião de adeptos, enfim, o Supra é… o Supra! Não estamos a falar de um citadino descartável ou de um pequeno desportivo, como o GT86, que é mais um exercício de engenharia do que outra coisa e que foi muito mal aproveitado pelo marketing da Toyota. Estamos a falar do Supra! É um carro que está no olimpo dos desportivos japoneses como o Honda NSX ou o Nissan GT-R, e que esteve fora da arena durante vinte e um anos! Akio Toyoda, patrão da Toyota e um apaixonado por carros desportivos disse “quando andei com um Supra antigo, não tínhamos projetos para fazer um Supra novo, mas, secretamente, queria muito que acontecesse. O Supra passou a ser uma espécie de velho amigo que tem um lugar especial no meu coração.” E este amigo tem alma até Almeida!
Motor, Comportamento, Refinamento
Demasiada presença BMW
Exterior
Pontuação 8/10
Olhando para o Supra ninguém diz que a base é a mesma do BMW Z4. E sabe porquê? Porque os dois carros foram desenvolvidos, na parte final, por equipas distintas, por isso um é um coupé, outro é um roadster e apesar de terem a mesma base, um mundo separa-os. Naturalmente que o gosto é algo muito pessoal, mas na minha opinião é muito mais giro que o BMW Z4, com excelentes proporções, musculo bem evidente nas cavas das rodas traseiras, uma traseira arredondada com pujança e uma frente que imita o nariz de um Fórmula 1, desenhado com a particularidade de percebermos, sem dúvidas!, onde está o motor e quais as rodas que se ocupam da tração. Evitável era terem sido espalhadas pelos carro tanta saída e entrada de ar… falsas! Olhe para as fotos: todas as entradas de ar no capô, nas portas, nas ilhargas, por baixo dos faróis e dos farolins traseiros, tudo falso. Via traseira mais larga, pneus mais gordos atrás, dão ao Supra aquele aspeto de desportivo musculado que todos gostamos. Já agora, para aqueles que não param de chorar baba e ranho sobre o facto do Supra não ser um Toyota dos pés á cabeça, pensem nisto: se esta parceria com a BMW não tivesse sido feita, não haveria nenhum Supra. Entendem?
Interior
Pontuação 8/10
O choque quando se entra no interior do Supra é grande e percebo que os puristas até torçam o braço perante o conjunto motor, caixa, diferencial e mais um par de coisas da BMW que não são visíveis porque estão debaixo do belo manto do Supra. Até porque não estão à vista. Mas o que se passa no interior já é mais difícil de engolir. Isto porque, por dentro, o Toyota Supra… é um BMW. Qualidade a rodos, tecnologia, enfim o Supra beneficia de tudo aquilo que a marca alemã faz bem feito. Claro que os guardiões da tradição mandam tudo isso às malvas, mas o que se passa dentro do Supra, mesmo não sendo a melhor ideia, tem uma lógica. E uma lógica que tem a ver com custos e que se não fosse respeitada, iria dar origem a um projeto abandonado. Eu explico. Toda a mecânica vinda da BMW não podia vir sozinha, pois estamos no Século XXI. No passado, trocar motores era simples, um par de cabos e estava feito. Hoje isso não é possível e por isso, ao escolher a mecânica BMW, foi preciso trazer agarrada a gestão eletrónica. Isso acarreta utilizar o sistema iDrive, enfim, utilizar os ecrãs e o software da BMW. Ora, a não ser que a Toyota quisesse gastar todo o dinheiro que poupou com a escolha da mecânica BMW, fazer tudo isso de raiz é impossível.
Vejam a dimensão ridícula a que estas questões tecnológicas chegaram: a Toyota, por uma questão de segurança, foi obrigada a alterar algumas áreas do software da BMW e tiveram de ser reescritas nada menos que 20 mil linhas de código. Depois disso, foi necessário compatibilizar essas alterações com o resto. Percebe, agora, porque é que a Toyota não podia deixar de utilizar os ecrãs, o mapa e até o grafismo da BMW? Mesmo assim, ainda é possível ter um conta rotações que é Toyota e um painel de instrumentos japonês. Já o volante, controlos da climatização, comandos do volante, da coluna de direção, botões e até do sistema de áudio, são… BMW. Olvidemos esta questão do interior BMW e olhemos para as coisas boas. Primeiro, a posição de condução. Excelente, pois ficamos com o rabo bem baixo – dá para sentir como o chassis funciona – embora os bancos tenham ali um défice de apoio para as pernas. Ou seja, o encosto do banco abraça-nos com o apoio correto que ainda pode ser regulado, mas a base do banco é curta. Ironicamente, falta ali a extensão da base do banco regulável que existe nos… BMW. A bagageira não tem uma proteção atrás dos bancos – fiquei a pensar que uma mochila ou um saco pode sair disparado – e só tem 290 litros de capacidade. Confesso que continuo a pensar que tem mais, mas nem me preocupei muito com isso, como acho que quem comprar um Supra não se irá incomodar muito com isso.
Equipamento
Pontuação 9/10
Em Portugal, o Supra só será vendido numa versão, a Premium, ricamente equipada, sem extras e onde não falta nada. A lista é longa, mas o que é importante dizer é que o carro tem um equipamento superlativo com um preço de 81 mil euros. Curioso, ou talvez não, exatamente o mesmo preço (na época em contos) do último Supra á venda em Portugal. Mas se quiser ainda pode gastar mais algum dinheiro com a pintura metalizada (1.000 euros). Mas é só, pois tudo o resto que possa imaginar é oferecido de série. Sistema de som JBL, sistema de navegação, info entretenimento, ligação Bluetooth, ar condicionado automático, estofos e volante em pele, câmara traseira, sete airbags, enfim, tudo é de série e oferecido pelos 81 mil euros que paga para ter um Supra.
Consumos
Pontuação 5/10
Está seriamente preocupado com o consumo do Supra? Não é melhor pensar num Prius se assim for? É que o motor BMW até nem é demasiado guloso e se os 7,5 l/100 km dificilmente são alcançáveis, se quiser mesmo poupar euros em termos de gasolina, com algum recato e sem desfrutar das capacidades do Supra, pode conseguir uma média de 8.9 l/100 km. Cheguei lá, mas a média final ficou nos 11 litros, pois é quase impossível andar a passear com o Supra. Mas também tenho de dizer que nunca o computador de bordo me devolveu valores acima dos 15 litros. Por mim é um ótimo desempenho.
Ao Volante
Pontuação 9/10
O Supra é um carro reativo, equilibrado, inspira confiança e é veloz, muito veloz. Seguindo a fórmula da distância entre eixos curta e vias largas, a Toyota conseguiu empacotar toda a mecânica alemã num coupé que é um prazer conduzir. A direção é leve e precisa, o eixo dianteiro vai para onde o mandamos através do volante e se o carregarmos á entrada das curvas, o chassis enrola de forma perfeita sejam curvas lentas ou rápidas, com o eixo traseiro a escorregar o suficiente. Se carregarmos muito a frente, a escorregadela pode ser maior se desligar o controlo de tração e de estabilidade. Mas o chassis comunica connosco e sabe-se, perfeitamente, quando a traseira vai rodar. A suspensão não é absurdamente dura e a direção, como já disse, é direta e com o peso certo, particularmente no modo Sport, com uma rapidez impressionante. A curta distância entre eixos torna o Supra ágil numa estrada de montanha, as vias largas asseguram a estabilidade. É realmente impressionante o eficaz comportamento do Supra.
Para adicionar mais interesse, o Toyota Supra é benigno para o condutor: em mãos experientes pode atrasar a travagem, forçar a carga no eixo dianteiro, deixar o chassis rolar e acelerar com tido à saída, que dificilmente haverá sobreviragem ou subviragem. Em mãos menos experientes ou hábeis, pode travar mais cedo, sacrificar a entrada e sair com gás a fundo sem que o chassis se perturbe. Se for mesmo hábil com o volante, verá que a tendência é para a traseira escorregar, mas o chassis fala consigo e diz-lhe quando é que os gordos pneus traseiros vão escorregar, sendo a caixa de direção rápida o suficiente para a contra brecagem necessária. A travagem tem discos e maxilas generosos e a potência do sistema é excelente, mas os discos ventilados não são perfurados (?!) e numa utilização intensiva começa a denotar fadiga. O que não era de todo o que gostava de experimentar.
Motor
Pontuação 8/10
O bloco da BMW é um velho conhecido e se nos regimes médios é excelente, falta-lhe um pouco de fôlego no topo do conta rotações de nada valendo levar o motor cima das 5500 rpm. A Toyota diz que mexeu no motor, no seu carácter e até na curva de binário, mas o barulho, o tato e até a exploração do motor é típico da BMW, aliás, sentado no banco do lado direito, como passageiro e descontando o sintetizador de som que respira para dentro do habitáculo, fechei os olhos e esquecendo que estava no Supra… o meu cérebro dizia que estava num BMW. A caixa automática de oito velocidades é algo lenta e as patilhas do parecem ampliar essa lentidão, particularmente nas primeiras relações e no modo Sport. Dizer que só há dois modos, Normal e Sport e que a caixa tem modo manual sequencial.
Balanço Final
Pontuação 8/10
Separar o Toyota do BMW é impossível, por isso temos de olhar para o Supra como um Toyota e pronto. As pessoas que olharam para o Supra, os olhares que faziam, as vezes que espetaram o nariz nos vidros do Toyota durante os dias que ele esteve comigo são a prova que desconhecendo o que está debaixo do manto, ninguém deixa de ficar impressionado com o Supra. É um coupé de excelente qualidade, com amplo espaço interior, muito bem equipado, muito bonito, veloz e superiormente divertido de conduzir, até em pista. Não chega para enfrentar olhos nos olhos um Porsche 718 Cayman, mas é divertido de conduzir em qualquer situação combinando de forma perfeita um desportivo com um GT.
Concorrentes
Ford Mustang 5038 c.c. gasolina; 450 CV; 527 Nm; 0-100 km/h em nd; 250 km/h; 12,1 l/100 km, 258 gr/km de CO2; 90.429 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Nissan 370 Z 3996 c.c. gasolina; 332 CV; 366 Nm; 0-100 km/h em nd; 270 km/h; 9,0 l/100 km, 223 gr/km de CO2; nd
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Porsche 718 Cayman PDK 2497 c.c. turbo a gasolina; 350 CV; 420 Nm; 0-100 km/h em 3,7 seg,; 250 km/h; 7,3 l/100 km, 167 gr/km de CO2; 82.751 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: 6 cilindros em linha, injeção direta e duplo turbo
Cilindrada (cm3): 2998
Diâmetro x Curso (mm): 84 x 94,6
Taxa de Compressão: 11,1
Potência máxima (CV/rpm): 340/5000 – 6500
Binário máximo (Nm/rpm): 500/1600 – 4500
Transmissão: Tração traseira, caixa automática de 8 velocidades
Direção: pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson; independente multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,3
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): – / – /7,5
Emissões CO2 (gr/km): 170
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4379/1854/1292
Distância entre eixos (mm): 2470
Largura de vias (fr/tr mm): 1594/1589 Peso (kg): 1495
Capacidade da bagageira (l): 290
Deposito de combustível (l): 52
Pneus (fr/tr): 255/35 ZR19/275/35 ZR19
Mais/Menos
Mais
Motor, Comportamento, Refinamento
Menos
Demasiada presença BMW
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 81000€
Preço da versão base (Euros): 81000€
Exterior
Pontuação 8/10
Olhando para o Supra ninguém diz que a base é a mesma do BMW Z4. E sabe porquê? Porque os dois carros foram desenvolvidos, na parte final, por equipas distintas, por isso um é um coupé, outro é um roadster e apesar de terem a mesma base, um mundo separa-os. Naturalmente que o gosto é algo muito pessoal, mas na minha opinião é muito mais giro que o BMW Z4, com excelentes proporções, musculo bem evidente nas cavas das rodas traseiras, uma traseira arredondada com pujança e uma frente que imita o nariz de um Fórmula 1, desenhado com a particularidade de percebermos, sem dúvidas!, onde está o motor e quais as rodas que se ocupam da tração. Evitável era terem sido espalhadas pelos carro tanta saída e entrada de ar… falsas! Olhe para as fotos: todas as entradas de ar no capô, nas portas, nas ilhargas, por baixo dos faróis e dos farolins traseiros, tudo falso. Via traseira mais larga, pneus mais gordos atrás, dão ao Supra aquele aspeto de desportivo musculado que todos gostamos. Já agora, para aqueles que não param de chorar baba e ranho sobre o facto do Supra não ser um Toyota dos pés á cabeça, pensem nisto: se esta parceria com a BMW não tivesse sido feita, não haveria nenhum Supra. Entendem?
Interior
Pontuação 8/10
O choque quando se entra no interior do Supra é grande e percebo que os puristas até torçam o braço perante o conjunto motor, caixa, diferencial e mais um par de coisas da BMW que não são visíveis porque estão debaixo do belo manto do Supra. Até porque não estão à vista. Mas o que se passa no interior já é mais difícil de engolir. Isto porque, por dentro, o Toyota Supra… é um BMW. Qualidade a rodos, tecnologia, enfim o Supra beneficia de tudo aquilo que a marca alemã faz bem feito. Claro que os guardiões da tradição mandam tudo isso às malvas, mas o que se passa dentro do Supra, mesmo não sendo a melhor ideia, tem uma lógica. E uma lógica que tem a ver com custos e que se não fosse respeitada, iria dar origem a um projeto abandonado. Eu explico. Toda a mecânica vinda da BMW não podia vir sozinha, pois estamos no Século XXI. No passado, trocar motores era simples, um par de cabos e estava feito. Hoje isso não é possível e por isso, ao escolher a mecânica BMW, foi preciso trazer agarrada a gestão eletrónica. Isso acarreta utilizar o sistema iDrive, enfim, utilizar os ecrãs e o software da BMW. Ora, a não ser que a Toyota quisesse gastar todo o dinheiro que poupou com a escolha da mecânica BMW, fazer tudo isso de raiz é impossível.
Vejam a dimensão ridícula a que estas questões tecnológicas chegaram: a Toyota, por uma questão de segurança, foi obrigada a alterar algumas áreas do software da BMW e tiveram de ser reescritas nada menos que 20 mil linhas de código. Depois disso, foi necessário compatibilizar essas alterações com o resto. Percebe, agora, porque é que a Toyota não podia deixar de utilizar os ecrãs, o mapa e até o grafismo da BMW? Mesmo assim, ainda é possível ter um conta rotações que é Toyota e um painel de instrumentos japonês. Já o volante, controlos da climatização, comandos do volante, da coluna de direção, botões e até do sistema de áudio, são… BMW. Olvidemos esta questão do interior BMW e olhemos para as coisas boas. Primeiro, a posição de condução. Excelente, pois ficamos com o rabo bem baixo – dá para sentir como o chassis funciona – embora os bancos tenham ali um défice de apoio para as pernas. Ou seja, o encosto do banco abraça-nos com o apoio correto que ainda pode ser regulado, mas a base do banco é curta. Ironicamente, falta ali a extensão da base do banco regulável que existe nos… BMW. A bagageira não tem uma proteção atrás dos bancos – fiquei a pensar que uma mochila ou um saco pode sair disparado – e só tem 290 litros de capacidade. Confesso que continuo a pensar que tem mais, mas nem me preocupei muito com isso, como acho que quem comprar um Supra não se irá incomodar muito com isso.
Equipamento
Pontuação 9/10
Em Portugal, o Supra só será vendido numa versão, a Premium, ricamente equipada, sem extras e onde não falta nada. A lista é longa, mas o que é importante dizer é que o carro tem um equipamento superlativo com um preço de 81 mil euros. Curioso, ou talvez não, exatamente o mesmo preço (na época em contos) do último Supra á venda em Portugal. Mas se quiser ainda pode gastar mais algum dinheiro com a pintura metalizada (1.000 euros). Mas é só, pois tudo o resto que possa imaginar é oferecido de série. Sistema de som JBL, sistema de navegação, info entretenimento, ligação Bluetooth, ar condicionado automático, estofos e volante em pele, câmara traseira, sete airbags, enfim, tudo é de série e oferecido pelos 81 mil euros que paga para ter um Supra.
Consumos
Pontuação 5/10
Está seriamente preocupado com o consumo do Supra? Não é melhor pensar num Prius se assim for? É que o motor BMW até nem é demasiado guloso e se os 7,5 l/100 km dificilmente são alcançáveis, se quiser mesmo poupar euros em termos de gasolina, com algum recato e sem desfrutar das capacidades do Supra, pode conseguir uma média de 8.9 l/100 km. Cheguei lá, mas a média final ficou nos 11 litros, pois é quase impossível andar a passear com o Supra. Mas também tenho de dizer que nunca o computador de bordo me devolveu valores acima dos 15 litros. Por mim é um ótimo desempenho.
Ao volante
Pontuação 9/10
O Supra é um carro reativo, equilibrado, inspira confiança e é veloz, muito veloz. Seguindo a fórmula da distância entre eixos curta e vias largas, a Toyota conseguiu empacotar toda a mecânica alemã num coupé que é um prazer conduzir. A direção é leve e precisa, o eixo dianteiro vai para onde o mandamos através do volante e se o carregarmos á entrada das curvas, o chassis enrola de forma perfeita sejam curvas lentas ou rápidas, com o eixo traseiro a escorregar o suficiente. Se carregarmos muito a frente, a escorregadela pode ser maior se desligar o controlo de tração e de estabilidade. Mas o chassis comunica connosco e sabe-se, perfeitamente, quando a traseira vai rodar. A suspensão não é absurdamente dura e a direção, como já disse, é direta e com o peso certo, particularmente no modo Sport, com uma rapidez impressionante. A curta distância entre eixos torna o Supra ágil numa estrada de montanha, as vias largas asseguram a estabilidade. É realmente impressionante o eficaz comportamento do Supra.
Para adicionar mais interesse, o Toyota Supra é benigno para o condutor: em mãos experientes pode atrasar a travagem, forçar a carga no eixo dianteiro, deixar o chassis rolar e acelerar com tido à saída, que dificilmente haverá sobreviragem ou subviragem. Em mãos menos experientes ou hábeis, pode travar mais cedo, sacrificar a entrada e sair com gás a fundo sem que o chassis se perturbe. Se for mesmo hábil com o volante, verá que a tendência é para a traseira escorregar, mas o chassis fala consigo e diz-lhe quando é que os gordos pneus traseiros vão escorregar, sendo a caixa de direção rápida o suficiente para a contra brecagem necessária. A travagem tem discos e maxilas generosos e a potência do sistema é excelente, mas os discos ventilados não são perfurados (?!) e numa utilização intensiva começa a denotar fadiga. O que não era de todo o que gostava de experimentar.
Concorrentes
Ford Mustang 5038 c.c. gasolina; 450 CV; 527 Nm; 0-100 km/h em nd; 250 km/h; 12,1 l/100 km, 258 gr/km de CO2; 90.429 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Nissan 370 Z 3996 c.c. gasolina; 332 CV; 366 Nm; 0-100 km/h em nd; 270 km/h; 9,0 l/100 km, 223 gr/km de CO2; nd
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Porsche 718 Cayman PDK 2497 c.c. turbo a gasolina; 350 CV; 420 Nm; 0-100 km/h em 3,7 seg,; 250 km/h; 7,3 l/100 km, 167 gr/km de CO2; 82.751 euros
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
Pontuação 8/10
O bloco da BMW é um velho conhecido e se nos regimes médios é excelente, falta-lhe um pouco de fôlego no topo do conta rotações de nada valendo levar o motor cima das 5500 rpm. A Toyota diz que mexeu no motor, no seu carácter e até na curva de binário, mas o barulho, o tato e até a exploração do motor é típico da BMW, aliás, sentado no banco do lado direito, como passageiro e descontando o sintetizador de som que respira para dentro do habitáculo, fechei os olhos e esquecendo que estava no Supra… o meu cérebro dizia que estava num BMW. A caixa automática de oito velocidades é algo lenta e as patilhas do parecem ampliar essa lentidão, particularmente nas primeiras relações e no modo Sport. Dizer que só há dois modos, Normal e Sport e que a caixa tem modo manual sequencial.
Balanço final
Pontuação 8/10
Separar o Toyota do BMW é impossível, por isso temos de olhar para o Supra como um Toyota e pronto. As pessoas que olharam para o Supra, os olhares que faziam, as vezes que espetaram o nariz nos vidros do Toyota durante os dias que ele esteve comigo são a prova que desconhecendo o que está debaixo do manto, ninguém deixa de ficar impressionado com o Supra. É um coupé de excelente qualidade, com amplo espaço interior, muito bem equipado, muito bonito, veloz e superiormente divertido de conduzir, até em pista. Não chega para enfrentar olhos nos olhos um Porsche 718 Cayman, mas é divertido de conduzir em qualquer situação combinando de forma perfeita um desportivo com um GT.
Motor, Comportamento, Refinamento
MenosDemasiada presença BMW
Ficha técnica
Motor
Tipo: 6 cilindros em linha, injeção direta e duplo turbo
Cilindrada (cm3): 2998
Diâmetro x Curso (mm): 84 x 94,6
Taxa de Compressão: 11,1
Potência máxima (CV/rpm): 340/5000 – 6500
Binário máximo (Nm/rpm): 500/1600 – 4500
Transmissão: Tração traseira, caixa automática de 8 velocidades
Direção: pinhão e cremalheira, com assistência elétrica
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson; independente multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,3
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): – / – /7,5
Emissões CO2 (gr/km): 170
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4379/1854/1292
Distância entre eixos (mm): 2470
Largura de vias (fr/tr mm): 1594/1589 Peso (kg): 1495
Capacidade da bagageira (l): 290
Deposito de combustível (l): 52
Pneus (fr/tr): 255/35 ZR19/275/35 ZR19
Preço da versão base (Euros): 81000€
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