Primeiro ensaio Mazda CX-30 2.0 Skyactiv-G: uma belíssima surpresa
O primeiro SUV baseado na mais recente plataforma da Mazda é um automóvel surpreendente que não deixa ninguém indiferente. Chega a Portugal em setembro por 28 mil euros, com o bloco Skyactiv-X a entrar na gama só em outubro.
A base do CX-30 é a mesma do Mazda3, não sendo uma aplicação pura e simples. A Mazda encolheu a distância entre eixos e o CX-30 é mais pequeno que o 3. Diz a marca japonesa que a ideia foi dar ao CX-30 dimensões mais confortáveis para a cidade. Quanto ao estilo, o departamento de design da Mazda voltou a acertar em cheio com um SUV bem proporcionado e que não nos esfrega na cara ser um SUV. As proteções de plástico negro nas cavas das rodas dão-lhe carácter e o aspeto geral é excelente.
Convirá dizer que neste primeiro contacto, a Mazda só disponibilizou a versão de duas rodas motrizes – o que serve o nosso mercado – mas não estava disponível o CX-30 com o motor Skyactiv-X ou com outro motor que não fosse o 2.0 litros Skyactiv-G, a gasolina. Portanto, o contacto foi curto.
Interior de qualidade
Tal como tem acontecido com os últimos modelos da Mazda, o CX-30 tem um interior muito bem construído e volta a impressionar. Os materiais são de grande qualidade, há muito plástico suave ao toque a revestir quase todo o habitáculo e não tenho dúvidas que no caso do CX-30 estamos a falar de qualidade ao nível do BMW X2, deixando para trás os rivais do segmento como o Seat Ateca, Nissan Qashqai e outros. O CX-30 utiliza muitas das peças usadas no 3 para compor o habitáculo, por isso lá está o mesmo sistema de info entretenimento, o mesmo ecrã de 8,8 polegadas montado na mesma posição, controlado pelo mesmo comando rotativo colocado entre os bancos, tem grafismo sóbrio e oferece de série Apple CarPlay e Android Auto.
A posição de condução é facilmente encontrada graças às muitas possibilidades de regulação em termos de banco e coluna de direção, e apesar de estarmos sentados mais alto que no Mazda3, se estiver ao seu lado um Qasqhai parece que estacionou ao lado de uma Navara! Espaço existe em abundância à frente, atrás as coisas são menos risonhas principalmente se quem estiver ao volante tiver um chassis robusto. A bagageira não tem truques com fundos falsos ou arrumações específicas e a capacidade está abaixo da média do segmento.
Comportamento ágil e eficaz
Com o motor 2.0 Skyactiv-G a debitar 122 CV e 213 Nm, não se pode esperar grandes veleidades em termos de performances. Mas pelo menos é um motor refinado, suave porque não tem turbo e com características muito simpáticas como o consumo e as emissões. Naturalmente que a necessidade de levar o motor até ás 3000 rpm para ter binário, obriga, também, a mexer mais na caixa. Mas como sucede com o Mazda3, a caixa do CX-30 é uma preciosa ajuda para utilizar o motor, sendo fácil, suave e agradável.
A direção é precisa com o peso certo, mesmo sendo menos rápida no retorno ao centro, e contribui para o excelente comportamento do CX-30. Pareceu-me um carro ágil, controla muito bem os movimentos da carroçaria e este motor está longe de colocar algum problema ao chassis. Enfim, um pouco á imagem do que se passa com o Mazda3
Veredicto
O contacto foi curto, mas significativo e permite-me dizer que no interior só as marcas Premium fazem melhor e não serão todas, dominando no segmento. No que toca ao comportamento, faz tão bem ou melhor que a maioria, tendo como pontos menos positivos a habitabilidade traseira e a capacidade da bagageira e, naturalmente, as performances. Não posso deixar de salivar perante a perspetiva de experimentar o CX-30 com o motor Skyactiv-X.
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