Produtores de baterias preocupados com escassez de matéria prima
Inevitavelmente, o tsunami da mobilidade elétrica desaguou num gargalo fino que é a falta de matéria prima para alimentar as necessidades em termos de baterias dos construtores automóveis.
De um momento para o outro, os construtores de automóveis e os produtores de baterias começaram a ter muito interesse na indústria mineira e em “start ups” que estudam baterias, condensadores, seja o que for, desde que não dependentes do lítio.
Tudo porque esta corrida desenfreada para os braços da mobilidade elétrica não é feita sem obstáculos que muitos julgavam ser meras barreiras de atletismo e se mostram montanhas irredutíveis. E os europeus e os norte americanos começam a dar mostras de desconforto com a anunciada falta de matéria prima para continuar a produzir baterias ao ritmo desenfreado que a indústria automóvel quer impor.
Curiosamente, projetos como o Sunrise, uma bateria de níquel, cobalto e escândio, desenvolvido pela Clean TeQ Holdings, na Austrália, passou a ser altamente cobiçado. Segundo o CEO da empresa, Sam Rigall, numa entrevista feita esta semana, “há dezenas de interessados em ficar com até 50% do capital da empresa. Andei eu dois anos a fio a gastar a sola dos sapatos e a aleijar os nós dos dedos a bater a todas as portas possíveis, para sensibilizar as pessoas para o nosso projeto, sempre sem sucesso, para agora, em seis meses, o telefone não parar quieto. Tudo mudou radicalmente em meio ano!”
A Volkswagen, como o AUTOMAIS já noticiou, juntou-se á sueca Northvolt para construir uma fábrica de baterias para automóveis, enquanto que os governos francês e alemão prometeram fundos e apoio político para os esforços de estimulo à industria europeia de produção de baterias.
Entretanto, as movimentações nos continentes europeu e norte americano, vão levar a que a China perca grande parte do seu domínio em termos de produção de baterias até 2025.A escala dos investimentos esperado nesta área provam que a indústria automóvel europeia e norte americana esta a ser prudente e tenta assegurar o fornecimento de níquel, cobalto e outros materiais antes de partir para essa nova tecnologia de baterias.
É que além do facto do lítio não estar disponível em quantidades suficientes, também estamos perante uma escassez iminente de sulfato de níquel, com esta matéria e o cobalto a atingirem a cabeceira dos metais mais procurados no mundo. Isto apesar do preço do níquel ter baixado bastante pela continua redução da sua utilização nas baterias e por se ter encontrado reservas na Republica Democrática do Congo. Porém, não há matéria prima suficiente para o ritmo desejado.
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