Toyota Corolla Touring Sport 2.0 Hybrid – Ensaio Teste
Toyota Corolla Touring Sport 2.0 Hybrid Luxury
Texto: Francisco Cruz
Renascido para impressionar
Pressionada pelas fracas prestações (comerciais) de modelos como o Auris, a Toyota fez renascer o já condenado Corolla. E a verdade é que, apesar dos seus 53 anos de idade, particularmente na variante Touring Sports, a 12.ª geração do carro mais vendido de sempre, está aí para impressionar!…
Habitabilidade, Posição de condução, Sistema híbrido
Direcção demasiado filtrada, Conforto em mau piso, Sistema multimédia básico
Exterior
Pontuação: 10/10
Dado a conhecer, pela primeira vez, em 1966, o Corolla chegou aos nossos dias como um dos modelos mais importantes na história da Toyota. Tendo-se mesmo tornado, em 1997, o automóvel mais vendido de sempre, com mais de 45 milhões de unidades transaccionadas!
No entanto e apesar destes números impressionantes, o modelo cujo nome significa, em português, “Coroa de Flores”, chegou a ter o seu futuro ameaçado. Tendo mesmo sido substituído, na maior parte dos mercados, pelo então promissor Auris.
Contudo, não só o Auris não vingou, como a entrada em cena do actual presidente da Toyota Motor Company, Akio Toyoda, veio oficialmente sentenciar “o fim dos automóveis aborrecidos” no construtor nipónico. Decisão que, em conjunto com a necessidade da marca em renovar o seu segmento C, acabou levando ao (re)nascimento da 12.ª geração do eterno Toyota Corolla – agora e muito graças às linhas exteriores revolucionadas, intenso, marcante, insinuante, pronto para arrebatar!…
No caso da unidade por nós testada, versão Touring Sports que promete cair que nem uma luva no gosto portugueses (no entanto e para quem prefira, também existe o hatchback e o quatro portas…), o arrebatamento não termina nas linhas futuristas e desportivas, mas é igualmente acentuado por pormenores como a personalizada (e enorme!) grelha frontal em posição rebaixada, as ópticas afiadas em LED, ou as cativantes jantes em liga leve de 18″ maquinadas. Sem esquecer a traseira intensa e esguia, onde, além de todos os pormenores de design, não falta sequer e apesar da aposta declarada na propulsão híbrida, o desportivo escape de dupla ponteira.
Resumidamente, argumentos estilísticos mais do que suficientes para deixar qualquer um embeiçado pela carrinha nipónica que a Toyota criou especificamente para a Europa; sendo que, nós, nem sequer o escondemos!…
Interior
Pontuação: 9/10
Revolucionária nas linhas exteriores, a nova carrinha Corolla estende essa mesma abordagem ao interior do habitáculo. Onde, não só a qualidade de construção e dos materiais, como também a ergonomia e intuitividade dos comandos, surgem em plano bastante alto.
Ainda assim e num ambiente do qual se destaca igualmente o aumento da habitabilidade nos lugares da frente, fruto de um atraente tablier esculpido, semelhanças óbvias com outros modelos a marca, em aspectos como o generoso ecrã táctil 8″, colocado em posição destacada, um pouco à imagem do sucesso chamado C-HR. Sendo que, já não gostámos tanto do sistema multimédia Toyota Touch 2, demasiado… básico (e a navegação, então…); da escassez e pouco aproveitamento das (supostas) prateleiras para colocação de objectos; da fraca solidez da tampa do porta-luvas quando fechada; ou ainda da colocação… invulgar da porta USB, escondida na parte de baixo do mesmo tablier.
E já que falamos que aspectos menos positivos, uma palavra para o acesso (baixo) através das portas traseiras, assim como para o assento demasiado saliente do lugar do meio – na verdade, o único aspecto menos convincente no domínio da habitabilidade, já que a Corolla Touring Sport garante não só espaço suficiente para cinco ocupantes, como nem sequer possui qualquer túnel de transmissão a interferir com os pés dos passageiros de trás!
Com óptima opinião ficámos da posição de condução, a proporcionar uma integração quase perfeita do condutor no posto de comando. Resultado não somente de um volante de óptima pega e multiregulável (mas também com muitos botões…), mas principalmente de um excelente banco de inspiração desportiva, revestido a couro picotado, e a encaixar o corpo na perfeição. E, dessa forma, a garantir igualmente um elevado conforto.
Conjugado com um apoio de pé esquerdo um pouco curto, do posto de comando faz ainda parte um painel de instrumentos analógico-digital de 7″ e layout… invulgar, um head-display completo e legível (projectado no pára-brisas, é de série na versão Luxury), e uma manche da caixa de velocidades bem posicionada – a contribuir, por exemplo, para uma (suposta) utilização manual, que resultará bem mais fácil que a visibilidade exterior. Com a traseira, em particular, a tornar quase obrigatório a presença dos sensores e da câmara…
De resto, a justificar os cuidados acrescidos nas manobras de marcha-atrás, estão não só os mais de 4,6 metros de comprimento, mas também o espaço reservado para uma bagageira cuja capacidade inicial roça os 600 litros. Isto, já com a funcionalidade proporcionada por um portão de accionamento elétrico, excelente plano de carga, chapeleira extensível recolhível com um só toque, alçapões laterais, ganchos e iluminação LED. Não faltando sequer um alçapão a toda a dimensão do espaço por baixo do piso falso… ainda que conquistado à custa da dispensa do pneu sobressalente!
Equipamento
Pontuação: 10/10
Enriquecida com o nível de equipamento mais elevado, denominado – compreensívelmente… – Luxury, a carrinha Toyota Corolla Touring Sports passa a contar com um arsenal de argumentos, que facilmente a colocam, neste domínio, entre as propostas mais atraentes do mercado.
A confirmá-lo e apenas para citar alguns dos equipamentos propostos de série e relacionados com a Segurança e Ajuda à Condução, basta referir os alertas de Fadiga e de Ângulo Morto, o Assistente de Estacionamento Inteligente com Travagem Automática, a Assistência à Condução Inteligente (mas cuja atuação não nos convenceu totalmente…), o Controlo de Estabilidade e Controlo de Arranque em Subidas, o Cruise Control Adaptativo Inteligente, Detecção Traseira de Aproximação de Veículos (RCTA), Reconhecimento de Sinais de Trânsito, Sistema de Pré-Colisão com Detecção de Peões e Ciclistas, Sistema de Aviso de Pressão dos Pneus, Chamada de Emergência E-Call, e Faróis LED com duplo feixe.
Já no domínio do Conforto, a garantia da presença do accionamento elétrico do portão da bagageira, tecto panorâmico com abertura elétrica, ar condicionado Dual Zone, Aviso de Saída da Faixa de Rodagem (LDA), bancos dianteiros aquecidos (o do condutor com ajustes elétricos), carregador sem fios para smartphone, Head-Up Display, sensores de chuva e luminosidade, Smart Entry & Start e travão de mão electrónico.
Diga agora o leitor se falta alguma coisa…
Consumos
Pontuação: 9/10
Sinceramente, estávamos à espera de melhor… o que não quer dizer que tenha sido mau! Na verdade, fizemos questão de dar à nova Toyota Corolla TS um “tratamento” digno das suas ambições. Mais concretamente, com uma grande viagem a intercalar a vivência de vários dias em cidade, ao longo dos quais experimentámos vários tipos de postura ao volante. Recorrendo, para tal, a todos os argumentos da “nossa” Corolla ST!
No final do ensaio, analisados e conferidos os registos, a obtenção de uma média, em termos de consumos, de 6,4 l/100 km. Valor que, reconheça-se, não deixa de ser atraente, ainda para mais tomando em linha de conta tudo o que exigimos da carrinha nipónica. Ainda assim e nunca esquecendo a validade já demonstrada pela tecnologia híbrida da Toyota, apetece dizer… esperávamos ainda melhor!
Ao Volante
Pontuação: 9/10
Tendo por base a mais recente e moderna plataforma (TNGA GA-C) da Toyota, uma carroçaria 60% mais rígida, a adopção de uma suspensão multibraços atrás, redução em 40% da fricção nas suspensões, além de um centro de gravidade 10% mais baixo e uma posição de condução inquestionavelmente melhorada, não seria difícil aceitar as certezas afirmadas pelo construtor nipónico, segundo as quais o novo Corolla é um carro totalmente diferente, para melhor, também ao volante!
Colocada à prova em estrada e no dia-a-dia, a verdade é que as certezas da Toyota não demoram muito a receber confirmação, ainda que com algumas reticências pelo meio. Isto porque a Corolla TS revela, efectivamente, muito melhor comportamento dinâmico que a antecessora, mostrando-se mais estável e eficaz no relacionamento com as curvas, embora continuando a manter uma condução não muito envolvente, além de com uma preferência (natural) por andamentos mais descontraídos.
Marcada também por uma direcção a pecar por uma certa falta de feedback, a carrinha nipónica não deixa, ainda assim, de afirmar uma boa ligação com estrada, que não renega nem mesmo quando decidimos puxar mais pelo conjunto. Mas também preferindo sempre os pisos mais lisos e regulares, até porque a suspensão não se mostra propriamente disponível para enfrentar “caminhos de cabras”… momentos em que passa aos ocupantes a factura!
Já em cidade e no dia-a-dia, excelente comportamento e conforto. Consentâneo, aliás com a aptidão para o desfile que as linhas exteriores desta Toyota Corolla TS exibem, e que a carrinha nipónica faz, também para prazer dos ocupantes…
Motor
Pontuação: 9/10
Decretada que foi pela Toyota a morte do Diesel, a nova carrinha Corolla está assim disponível em Portugal apenas com um 1.2 Turbo a gasolina, e duas variantes da mais recente evolução do conhecido sistema híbrido da marca.
Quanto à unidade por nós testada, envergava, precisamente, a versão mais potente – e que é também a verdadeira novidade – do sistema de propulsão Self Charging Hybrid, sinónimo de um quatro cilindros 2,0 litros a gasolina, a debitar 180 cv de potência e 190 Nm de binário, apoiado por um motor elétrico de hidretos metálicos de níquel, a garantir mais 109 cv de potência e 202 Nm de binário… logo a partir das 0 rpm!
Encarregue da gestão, a também já conhecida transmissão de variação contínua (CVT), com patilhas no volante para melhor simular as (supostas) passagens de caixa, além de, neste caso em concreto, com um desempenho bem mais convincente do que noutros modelos – continua, ainda assim e em certas situações, a esforçar desnecessariamente o motor, mas já não tanto…
Melhor, sem dúvida, a aceleração proporcionada por este sistema híbrido – apenas 8,5s para ir dos 0 aos 100 km/h… -, assim como as recuperações; e, ainda mais, quando com o modo Sport seleccionado, opção que, face aos modos Normal ou Eco, garante uma outra desenvoltura e genica à carrinha japonesa.
Para os momentos mais “ecológicos”, a possibilidade de seleccionar o modo EV e, pelo menos enquanto a energia nas baterias durar, deslocar-se apenas e só com recurso à energia elétrica, que o movimento, a travagem, e, já agora, o motor a gasolina, foram acumulando até aí…
Portanto, se puder escolher, não hesite: dos híbridos, escolha o 2.0!…
Balanço Final
Pontuação: 9/10
Dona de uma beleza arrebatadora como há muito não se via em carrinhas da marca nipónica, a Toyota Corolla Touring Sports 2.0 Hybrid Luxury Brown não se resume os seus argumentos a uma “carinha laroca”, mas oferece qualidade, conforto, habitabilidade, e equipamento, capazes de cativar. Elementos a que junta depois um óptimo sistema de propulsão híbrido, uma garantia geral de 7 anos ou 160.000 km… além de um preço que, já com propulsão híbrida, começa abaixo dos 27 mil euros! Se tudo isto não o impressiona…
Concorrentes
Kia Proceed 1.6 T-GDi 7DCT GT, 204cv, 7,5s 0-100 km/h, 225 km/h, 6,2 l/100 km, 163 g/km CO2, 39 446€
(Veja o ensaio AQUI)
Opel Astra Sports Tourer 1.6 Turbo Dynamic, 200cv, 7,9s 0-100 km/h, 235 km/h, 6,3 l/100 km, 144 g/km CO2, 30 500€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf Variant 1.5 TSI DSG Highline, 150cv, 8,7s 0-100 km/h, 218 km/h, 5,0 l/100 km, 148 g/km CO2, 36 200€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor a gasolina
Tipo: quatro cilindros em linha, DOHC, VVT-i, com injecção directa
Cilindrada (cm3): 1.987
Diâmetro x curso (mm): 80.5 x 97.62
Taxa compressão: 14.0 : 1
Potência máxima (cv): 180
Binário máximo (Nm/rpm): 190/4.400-5.200
Motor elétrico
Tipo: Síncrono magneto permanente
Potência (cv): 48
Binário (Nm): 202
Bateria (Ah): 6,5
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa CVT de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica
Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson; Duplo Wishbone
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos sólidos
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 8,1
Velocidade máxima (km/h): 180
Consumo Combinado (l/100 km WLTP): 5,3
Emissões de CO2 (g/km): 121
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,650/1,790/1,435
Distância entre eixos (mm): 2,700
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,530/1,530
Peso máximo (kg): 1.560
Capacidade da bagageira (l): 598
Depósito de combustível (l): 43
Pneus (fr/tr): XXX/XX R18 / XXX/XX R1
Mais/Menos
Mais
Habitabilidade, Posição de condução, Sistema híbrido
Menos
Direcção demasiado filtrada, Conforto em mau piso, Sistema multimédia básico
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 41329€
Preço da versão base (Euros): 35009€
Exterior
Pontuação: 10/10
Dado a conhecer, pela primeira vez, em 1966, o Corolla chegou aos nossos dias como um dos modelos mais importantes na história da Toyota. Tendo-se mesmo tornado, em 1997, o automóvel mais vendido de sempre, com mais de 45 milhões de unidades transaccionadas!
No entanto e apesar destes números impressionantes, o modelo cujo nome significa, em português, “Coroa de Flores”, chegou a ter o seu futuro ameaçado. Tendo mesmo sido substituído, na maior parte dos mercados, pelo então promissor Auris.
Contudo, não só o Auris não vingou, como a entrada em cena do actual presidente da Toyota Motor Company, Akio Toyoda, veio oficialmente sentenciar “o fim dos automóveis aborrecidos” no construtor nipónico. Decisão que, em conjunto com a necessidade da marca em renovar o seu segmento C, acabou levando ao (re)nascimento da 12.ª geração do eterno Toyota Corolla – agora e muito graças às linhas exteriores revolucionadas, intenso, marcante, insinuante, pronto para arrebatar!…
No caso da unidade por nós testada, versão Touring Sports que promete cair que nem uma luva no gosto portugueses (no entanto e para quem prefira, também existe o hatchback e o quatro portas…), o arrebatamento não termina nas linhas futuristas e desportivas, mas é igualmente acentuado por pormenores como a personalizada (e enorme!) grelha frontal em posição rebaixada, as ópticas afiadas em LED, ou as cativantes jantes em liga leve de 18″ maquinadas. Sem esquecer a traseira intensa e esguia, onde, além de todos os pormenores de design, não falta sequer e apesar da aposta declarada na propulsão híbrida, o desportivo escape de dupla ponteira.
Resumidamente, argumentos estilísticos mais do que suficientes para deixar qualquer um embeiçado pela carrinha nipónica que a Toyota criou especificamente para a Europa; sendo que, nós, nem sequer o escondemos!…
Interior
Pontuação: 9/10
Revolucionária nas linhas exteriores, a nova carrinha Corolla estende essa mesma abordagem ao interior do habitáculo. Onde, não só a qualidade de construção e dos materiais, como também a ergonomia e intuitividade dos comandos, surgem em plano bastante alto.
Ainda assim e num ambiente do qual se destaca igualmente o aumento da habitabilidade nos lugares da frente, fruto de um atraente tablier esculpido, semelhanças óbvias com outros modelos a marca, em aspectos como o generoso ecrã táctil 8″, colocado em posição destacada, um pouco à imagem do sucesso chamado C-HR. Sendo que, já não gostámos tanto do sistema multimédia Toyota Touch 2, demasiado… básico (e a navegação, então…); da escassez e pouco aproveitamento das (supostas) prateleiras para colocação de objectos; da fraca solidez da tampa do porta-luvas quando fechada; ou ainda da colocação… invulgar da porta USB, escondida na parte de baixo do mesmo tablier.
E já que falamos que aspectos menos positivos, uma palavra para o acesso (baixo) através das portas traseiras, assim como para o assento demasiado saliente do lugar do meio – na verdade, o único aspecto menos convincente no domínio da habitabilidade, já que a Corolla Touring Sport garante não só espaço suficiente para cinco ocupantes, como nem sequer possui qualquer túnel de transmissão a interferir com os pés dos passageiros de trás!
Com óptima opinião ficámos da posição de condução, a proporcionar uma integração quase perfeita do condutor no posto de comando. Resultado não somente de um volante de óptima pega e multiregulável (mas também com muitos botões…), mas principalmente de um excelente banco de inspiração desportiva, revestido a couro picotado, e a encaixar o corpo na perfeição. E, dessa forma, a garantir igualmente um elevado conforto.
Conjugado com um apoio de pé esquerdo um pouco curto, do posto de comando faz ainda parte um painel de instrumentos analógico-digital de 7″ e layout… invulgar, um head-display completo e legível (projectado no pára-brisas, é de série na versão Luxury), e uma manche da caixa de velocidades bem posicionada – a contribuir, por exemplo, para uma (suposta) utilização manual, que resultará bem mais fácil que a visibilidade exterior. Com a traseira, em particular, a tornar quase obrigatório a presença dos sensores e da câmara…
De resto, a justificar os cuidados acrescidos nas manobras de marcha-atrás, estão não só os mais de 4,6 metros de comprimento, mas também o espaço reservado para uma bagageira cuja capacidade inicial roça os 600 litros. Isto, já com a funcionalidade proporcionada por um portão de accionamento elétrico, excelente plano de carga, chapeleira extensível recolhível com um só toque, alçapões laterais, ganchos e iluminação LED. Não faltando sequer um alçapão a toda a dimensão do espaço por baixo do piso falso… ainda que conquistado à custa da dispensa do pneu sobressalente!
Equipamento
Pontuação: 10/10
Enriquecida com o nível de equipamento mais elevado, denominado – compreensívelmente… – Luxury, a carrinha Toyota Corolla Touring Sports passa a contar com um arsenal de argumentos, que facilmente a colocam, neste domínio, entre as propostas mais atraentes do mercado.
A confirmá-lo e apenas para citar alguns dos equipamentos propostos de série e relacionados com a Segurança e Ajuda à Condução, basta referir os alertas de Fadiga e de Ângulo Morto, o Assistente de Estacionamento Inteligente com Travagem Automática, a Assistência à Condução Inteligente (mas cuja atuação não nos convenceu totalmente…), o Controlo de Estabilidade e Controlo de Arranque em Subidas, o Cruise Control Adaptativo Inteligente, Detecção Traseira de Aproximação de Veículos (RCTA), Reconhecimento de Sinais de Trânsito, Sistema de Pré-Colisão com Detecção de Peões e Ciclistas, Sistema de Aviso de Pressão dos Pneus, Chamada de Emergência E-Call, e Faróis LED com duplo feixe.
Já no domínio do Conforto, a garantia da presença do accionamento elétrico do portão da bagageira, tecto panorâmico com abertura elétrica, ar condicionado Dual Zone, Aviso de Saída da Faixa de Rodagem (LDA), bancos dianteiros aquecidos (o do condutor com ajustes elétricos), carregador sem fios para smartphone, Head-Up Display, sensores de chuva e luminosidade, Smart Entry & Start e travão de mão electrónico.
Diga agora o leitor se falta alguma coisa…
Consumos
Pontuação: 9/10
Sinceramente, estávamos à espera de melhor… o que não quer dizer que tenha sido mau! Na verdade, fizemos questão de dar à nova Toyota Corolla TS um “tratamento” digno das suas ambições. Mais concretamente, com uma grande viagem a intercalar a vivência de vários dias em cidade, ao longo dos quais experimentámos vários tipos de postura ao volante. Recorrendo, para tal, a todos os argumentos da “nossa” Corolla ST!
No final do ensaio, analisados e conferidos os registos, a obtenção de uma média, em termos de consumos, de 6,4 l/100 km. Valor que, reconheça-se, não deixa de ser atraente, ainda para mais tomando em linha de conta tudo o que exigimos da carrinha nipónica. Ainda assim e nunca esquecendo a validade já demonstrada pela tecnologia híbrida da Toyota, apetece dizer… esperávamos ainda melhor!
Ao volante
Pontuação: 9/10
Tendo por base a mais recente e moderna plataforma (TNGA GA-C) da Toyota, uma carroçaria 60% mais rígida, a adopção de uma suspensão multibraços atrás, redução em 40% da fricção nas suspensões, além de um centro de gravidade 10% mais baixo e uma posição de condução inquestionavelmente melhorada, não seria difícil aceitar as certezas afirmadas pelo construtor nipónico, segundo as quais o novo Corolla é um carro totalmente diferente, para melhor, também ao volante!
Colocada à prova em estrada e no dia-a-dia, a verdade é que as certezas da Toyota não demoram muito a receber confirmação, ainda que com algumas reticências pelo meio. Isto porque a Corolla TS revela, efectivamente, muito melhor comportamento dinâmico que a antecessora, mostrando-se mais estável e eficaz no relacionamento com as curvas, embora continuando a manter uma condução não muito envolvente, além de com uma preferência (natural) por andamentos mais descontraídos.
Marcada também por uma direcção a pecar por uma certa falta de feedback, a carrinha nipónica não deixa, ainda assim, de afirmar uma boa ligação com estrada, que não renega nem mesmo quando decidimos puxar mais pelo conjunto. Mas também preferindo sempre os pisos mais lisos e regulares, até porque a suspensão não se mostra propriamente disponível para enfrentar “caminhos de cabras”… momentos em que passa aos ocupantes a factura!
Já em cidade e no dia-a-dia, excelente comportamento e conforto. Consentâneo, aliás com a aptidão para o desfile que as linhas exteriores desta Toyota Corolla TS exibem, e que a carrinha nipónica faz, também para prazer dos ocupantes…
Concorrentes
Kia Proceed 1.6 T-GDi 7DCT GT, 204cv, 7,5s 0-100 km/h, 225 km/h, 6,2 l/100 km, 163 g/km CO2, 39 446€
(Veja o ensaio AQUI)
Opel Astra Sports Tourer 1.6 Turbo Dynamic, 200cv, 7,9s 0-100 km/h, 235 km/h, 6,3 l/100 km, 144 g/km CO2, 30 500€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Volkswagen Golf Variant 1.5 TSI DSG Highline, 150cv, 8,7s 0-100 km/h, 218 km/h, 5,0 l/100 km, 148 g/km CO2, 36 200€
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
Pontuação: 9/10
Decretada que foi pela Toyota a morte do Diesel, a nova carrinha Corolla está assim disponível em Portugal apenas com um 1.2 Turbo a gasolina, e duas variantes da mais recente evolução do conhecido sistema híbrido da marca.
Quanto à unidade por nós testada, envergava, precisamente, a versão mais potente – e que é também a verdadeira novidade – do sistema de propulsão Self Charging Hybrid, sinónimo de um quatro cilindros 2,0 litros a gasolina, a debitar 180 cv de potência e 190 Nm de binário, apoiado por um motor elétrico de hidretos metálicos de níquel, a garantir mais 109 cv de potência e 202 Nm de binário… logo a partir das 0 rpm!
Encarregue da gestão, a também já conhecida transmissão de variação contínua (CVT), com patilhas no volante para melhor simular as (supostas) passagens de caixa, além de, neste caso em concreto, com um desempenho bem mais convincente do que noutros modelos – continua, ainda assim e em certas situações, a esforçar desnecessariamente o motor, mas já não tanto…
Melhor, sem dúvida, a aceleração proporcionada por este sistema híbrido – apenas 8,5s para ir dos 0 aos 100 km/h… -, assim como as recuperações; e, ainda mais, quando com o modo Sport seleccionado, opção que, face aos modos Normal ou Eco, garante uma outra desenvoltura e genica à carrinha japonesa.
Para os momentos mais “ecológicos”, a possibilidade de seleccionar o modo EV e, pelo menos enquanto a energia nas baterias durar, deslocar-se apenas e só com recurso à energia elétrica, que o movimento, a travagem, e, já agora, o motor a gasolina, foram acumulando até aí…
Portanto, se puder escolher, não hesite: dos híbridos, escolha o 2.0!…
Balanço final
Pontuação: 9/10
Dona de uma beleza arrebatadora como há muito não se via em carrinhas da marca nipónica, a Toyota Corolla Touring Sports 2.0 Hybrid Luxury Brown não se resume os seus argumentos a uma “carinha laroca”, mas oferece qualidade, conforto, habitabilidade, e equipamento, capazes de cativar. Elementos a que junta depois um óptimo sistema de propulsão híbrido, uma garantia geral de 7 anos ou 160.000 km… além de um preço que, já com propulsão híbrida, começa abaixo dos 27 mil euros! Se tudo isto não o impressiona…
Habitabilidade, Posição de condução, Sistema híbrido
Menos
Direcção demasiado filtrada, Conforto em mau piso, Sistema multimédia básico
Ficha técnica
Motor a gasolina
Tipo: quatro cilindros em linha, DOHC, VVT-i, com injecção directa
Cilindrada (cm3): 1.987
Diâmetro x curso (mm): 80.5 x 97.62
Taxa compressão: 14.0 : 1
Potência máxima (cv): 180
Binário máximo (Nm/rpm): 190/4.400-5.200
Motor elétrico
Tipo: Síncrono magneto permanente
Potência (cv): 48
Binário (Nm): 202
Bateria (Ah): 6,5
Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa CVT de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica
Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson; Duplo Wishbone
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos sólidos
Prestações e consumos
Aceleração: 0-100 km/h (s): 8,1
Velocidade máxima (km/h): 180
Consumo Combinado (l/100 km WLTP): 5,3
Emissões de CO2 (g/km): 121
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,650/1,790/1,435
Distância entre eixos (mm): 2,700
Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,530/1,530
Peso máximo (kg): 1.560
Capacidade da bagageira (l): 598
Depósito de combustível (l): 43
Pneus (fr/tr): XXX/XX R18 / XXX/XX R1
Preço da versão base (Euros): 35009€
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