Gestão da Daimler será remunerada de acordo com objetivos de redução de emissões

A chegada de Ola Kallenius ameaça ser um verdadeiro vulcão face à serena liderança de Dieter Zetsche.

O novo CEO da Mercedes quer desenhar um calendário que torne a marca alemã totalmente neutral em termos de emissões de CO2 num período de 20 anos, debaixo do plano de sustentabilidade “Ambition 2039”, com objetivos de vendas claros ao longo desse período.

Para isso, a Daimler vai indexar o vencimento do conselho de administração de acordo com os objetivos de redução de emissões e sustentabilidade, por forma a assegurar que um em cada dois Mercedes vendidos em 2030 seja um híbrido ou um modelo elétrico.

Numa declaração feita á imprensa em Sindelfingen, a sede do departamento de pesquisa e desenvolvimento da Daimler, Ola Kallenius sustentou que “esta será uma transformação fundamental para a nossa empresa em menos de três ciclos de produto, não é num prazo muito longo!”

Ou seja, será pata implementar já e a família de produtos Mercedes EQ será fundamental (leia aqui o primeiro ensaio ao Mercedes EQC 400 4Matic).

O EQC acaba de chegar ao mercado com uma autonomia de 417 quilómetros segundo o protocolo WLTP, e vai ajudar, juntamente com os modelos que já estão a caminho da produção, a tornar a Daimler neutral em termos de emissões de CO2, com um em cada dois veículos vendidos a serem híbridos ou elétricos.

E que melhor incentivo que mexer nas remunerações dos executivos. Foi o próprio Kallenius quem anunciou que vai ligar uma generosa porção da compensação do conselho de administração aos objetivos de emissões de CO2. Não são divulgados os valores de bónus da administração da Mercedes, mas ao nível da Daimler, os nove membros do conselho de administração receberam mais de 15 milhões de euros de bónus de desempenho, menos 10 milhões que em 2017.

Ola Kallenius rematou a conversa com os jornalistas, dizendo que “decidimos estabelecer estes objetivos de emissões de CO2, também, como critério importante na hora de contratar com fornecedores (o mesmo que já fez a Volkswagen). Esta estratégia irá assegurar que conseguimos defender a nossa liderança do mercado.”