Tata nega venda da Jaguar Land Rover ao PSA Group
A imprensa britânica noticiou a iminente venda da Jaguar Land Rover (JLR) ao PSA Group e a Tata Motors teve de vir a terreiro desmentir essas noticias, o mesmo fazendo o grupo francês.
Segundo um comunicado lançado ontem, o PSA Group declara que não está pressionada “para fazer aquisições” e pode ficar mesmo assim. “Estamos a gerar ‘cash-flow’ necessário para financiar o nosso futuro. Se a oportunidade surgir, como sucedeu com a Opel, iremos considerar o negócio.”
Quanto à Tata Motors, o seu comunicado refere que “é política da companhia não comentar especulações da imprensa, porém, podemos confirmar que não há nenhum fundo de verdade nesses rumores.”
Quem levantou a questão foi a Press Association, uma agência noticiosa britânica, referindo que a Tata e a PSA estavam a definir detalhes de economia de recursos na pós integração, através de um documento que especifica todas as áreas de intervenção. Segundo a mesma agência, as negociações estão a ser rápidas, de acordo com fonte não identificada dentro da JLR.
Ainda segundo a Press Association, a informação que verteu para fora do anonimato dos gabinetes de negociação sugere que a venda da JLR está iminente salientando os benefícios das duas empresas trabalharem em conjunto.
Tudo isto tem origem a montante, com o desejo de crescimento do PSA Group, com Carlos Tavares a querer libertar-se do espartilho europeu. Candidatos a ser adquiridos por um cada vez mais robusto PSA Group, são o Fiat Chrysler Automobiles (FCA) pela sua exposição ao mercado norte americano, a General Motors (GM) como um sonho quase impossível e a Jaguar Land Rover (JLR) como uma boa possibilidade, dando acesso aos SUV de topo e a mercados como o norte americano e asiático. Por outro lado, a JLR tem estado no lado errado dos lucros, tem afetado o resultado da holding da Tata e parece que a casa indiana está aberta a vender o grupo depois de o ter comprado à Ford em 2008. A situação não está fácil e depois de ter visto as vendas serem duramente atingidas na China, a JLR teve de lidar com o crescente abandono do diesel e com a incerteza do Brexit, que penalizou muito as vendas, pelo que, apesar de todas as medidas de corte de custos, a Jaguar Land Rover precisa de encontrar mil milhões de euros de financiamento nos próximos 14 meses, não só para questões financeiras, mas também para alimentar o programa de investimentos nos veículos elétricos que é um verdadeiro sorvedor de recursos.
A Tata Motors registou um prejuízo recorde de 4 mil milhões de dólares e já avisou que a Jaguar Land Rover irá ter um resultado negativo no corrente ano fiscal. Por isso, a venda faz todo o sentido e a PSA já provou que Carlos Tavares sabe o que faz, pois no seguimento da compra da Opel, que deu prejuízo durante anos a fio, a marca alemã regressou aos lucros imediatamente no ano seguinte.
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