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Lucro operacional da Daimler caiu 16% no primeiro trimestre de 2019

By on 26 Abril, 2019

Custos com as matérias primas, investimento forte na divisão de camiões e recuo de 4% nas vendas da divisão Mercedes, levaram a Daimler a registar uma queda significativa de 16% no lucro operacional. Ou seja, os lucros antes de impostos e juros (EBIT) caíram para 2,8 mil milhões de euros.

O lucro das vendas de modelos Mercedes-Benz caiu 6,1%, tendo esta margem sido atingida por problemas na unidade de produção de Vance, Alambama, EUA, no lançamento de uma nova plataforma para modelos SUV. Isso causou penalizadores atrasos na produção do GLW. Depois, juntou-se a isso um recuo nas vendas na China de 3% e um incremento de vendas de modelos com reduzida margem de lucro.

A juntar a tudo isto, o relatório das contas da Daimler no primeiro trimestre de 2019 inclui os custos do fim da produção do Classe X (a pick-up feita com base na Nissan Navara) na Argentina, depois de vários meses de presença num mercado “que não está preparado ou vocacionado para uma Pick-Up Premium” como referiu o diretor financeiro da Mercedes, Bodo Uebber.

Apesar deste primeiro resultado de 2019 pouco favorável, a Daimler mantém as previsões para este ano, com um ligeiro aumento das vendas a nível global, na receita e no EBIT. Para isso, está a implementar um programa de redução de custos que servirá esse propósito. Olhando divisão a divisão, a Daimler anunciou que a previsão para a divisão de comerciais reduziu-se e de uma margem de lucro antes de impostos e serviço da dívida entre 5 e 7%, passou para um valor entre 0 e 2%.

Dieter Zetsche, o CEO da Daimler, referiu em comunicado que “não podemos e não estamos satisfeitos com este, esperado, início de ano moderado, pelo que temos de trabalhar muito para alcançar os nossos objetivos de 2019.”

Isto não é uma novidade para a Daimler, pois Zetsche já tinha sinalizado a probabilidade de um primeiro trimestre fraco em termos de resultados, devido ao investimento numa fábrica conjunta com a Nissan no México e os custos com a renovação de vários modelos.

Para isso e segundo rumores surgidos nas últimas semanas, a Daimler está a equacionar o corte de 10 mil postos de trabalho através de rescisões por mútuo acordo e pré-reformas, num esforço que pretende poupar 6 mil milhões de euros até 2021!

Fora do “core business”, a divisão financeira da Daimler ganhou 718 milhões de euros com a valorização da sua empresa de serviços de mobilidade, após a fusão desses serviços com os da BMW numa só empresa. Finalizado o primeiro trimestre, os olhos focam-se, agora, nos próximos meses e na chegada do novo CEO da Daimler e da Mercedes, Ola Kallenius, já este mês de maio. E com ele chega um novo plano estratégico que pode mudar, muito, a face da Mercedes, sendo certo que há muitas parcerias e muitas despesas que Kallenius quer acabar no imediato. Mas teremos de esperar mais uns meses para que Ola Kallenius, o primeiro estrangeiro a ser CEO da Daimler, apresente o novo plano estratégico.

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