Carros de três lugares, recorda quantos existiram?
O AUTOMAIS ajuda-o a recordar alguns dos carros com três lugares que chegaram à produção em série (pequena em alguns casos) e outros que nunca passaram de protótipos mais ou menos loucos. E se há motores com três cilindros e carros com três rodas, porque não olhar para os carros com três lugares? Divirta-se com a nossa galeria de fotos que vai do mais moderno até ao avô dos carros com três lugares que, acreditamos, será uma surpresa.
McLaren Speedtail
A homenagem que a McLaren faz ao F1 que a própria McLaren construiu em outra era, leva o F1 até ao estatuto de ícone, através deste impressionante Speedtail, um carro fabuloso. Que tal como o F1, tem três lugares, com o condutor sentado no meio do carro com um lugar de cada lado. Só vão ser feitos 106 unidades, o motor é um V8 com 4 litros e o preço ronda, antes de impostos, 2 milhões de euros. Curiosamente, tendo câmaras no lugar dos espelhos retrovisores e não tendo airbags laterais, não pode ser usado na estrada nos EUA. Mas um terço da produção já foi vendida em terras do Tio Sam.
Nissan BladeGlider
Feito com a colaboração da Williams Engineering, o BladeGlider conheceu dois fôlegos, em 2013 e 2016, sempre como veículo elétrico, um desenho a evocar o carro de três rodas que foi a Le Mans e um interior com três lugares. Com o condutor a meio e os passageiros ao alfo, o carro tinha a forma de uma seta. Não espanta que o protótipo tenha muitas semelhanças com o Delta Wing de Ben Bowlby… afinal o azougado engenheiro inglês que tanto dinheiro estourou à Nissan, colaborou na definição do BladeGlider.
Toyota iQ
O pensamento “out of the box” dos japoneses é, na maioria das vezes, desconhecido dos indígenas do Velho Continente, porque é raro um modelo pensado para o Japão ultrapassar as fronteiras e aterrar na Europa. O iQ foi um deles e tinha como ideia oferecer um carro inteligente com quatro lugares que fosse mais pequeno que um Mini e um diâmetro de viragem mais curto que um táxi londrino. Se estas duas metas foram plenamente alcançadas, o iQ era, virtualmente, impossível de ser usado, porque na realidade era um 3+1, sendo que ste tinha de ser anão e dos pequenos e se precisasse de ir buscar o almoço a uma área de “fast food” teria de mandar alguém levar a casa, pois na pseudo bagageira, não cabia absolutamente nada.
Honda P-Nut
Como dizem os americanos, mais um protótipo “bonkers”, ou seja, uma maluquice vinda do tal pensamento “out of the box” dos japoneses. Chamava-se “Personal Neo Urban Transit” e ficou P-Nut (Peanut ou amendoim em inglês) uma forma de justificar com um nome doido um carro ainda mais estranho e louco, cujo interior tinha um lugar para o condutor e dois para passageiros. Não passou de um exercício que demonstrava como a Honda sabia arrumar os interiores e, sobretudo, lançou as bases do estilo do CR-Z, modelo que seria colocado á venda poucos tempo depois.
Honda FC Sport
Mais um protótipo doido da Honda que tinha como missão mostrar a tecnologia pilha de combustível a hidrogénio. Sem nenhuma razão, tinha três lugares, dispostos como no P-Nut, sendo o acesso através de portas de tesoura como num Lamborghini. Nunca passou de protótipo e a Honda acabaria por entregar o desenvolvimento da tecnologia a terceiro. E quase nada foi aproveitado do FC.
V-Storm WR3
Os ingleses são outros malucos que fazem carros de quase tudo e com todas as formas. A Ariel criou o Atom, um carro despido de quase tudo, exceção feita ao comportamento e á interatividade com os elementos, e rapidamente surgiu um rival. Desenhado por Simon Keys, o V-Storm utilizava o moto de uma moto Aprilia, colocado no centro do carro, tendo à sua frente uma disposição semelhante à do Ariel Atom, mas com três lugares, um ao centro e dois de lado. Com falta de muitos painéis de carroçaria e com o tempo britânico, os dois passageiros não passavam de dois guarda lamas gigantes a proteger o motor. O V-Storm continua a ser produzido, mas agora tem o motor de um Subaru Impreza e com as alterações que se podem fazer ao motor, há modelos acima dos 400 CV. Deve ser a … da loucura!
HTT Pléthore
Um exemplo do supercarro que acabou por não ser. Os canadianos da HTT quiseram fazer um McLaren F1 e por isso deram ao Plethore um interior com o condutor a meio e dois passageiros, um de cada lado. Apareceu em 2007, os donos da HTT foram ao programa “Dragon’s Den” (espécie de Lago dos Tubarões) para tentar captar investimento, não correu bem e o projeto morreu sem que o carro saísse da fase de protótipo.
Volvo 3CC
É assim que um Volvo C30 fica depois de transformado num protótipo com motor elétrico (isto em 2005) e 2 + 1 lugares dentro de uma carroçaria muito afunilada na traseira (dai só haver um lugar). Eram dois lugares na frente e um sozinho atrás. Elétrico e com três lugares, o 3CC nunca passou a fase de protótipo.
McLaren F1
Um dos mais sensacionais carros alguma vez feitos: um estilo delicioso de carro de competição para andar na estrada, motor BMW V12 com 6,1 litros e… três lugares, colocando o condutor a meio do carro como nos fórmulas. Os 3,2 segundos dos 0-100 km/h e os 384 km/h de velocidade de ponta, dizem tudo. A disposição dos lugares deveu-se ao facto de Gordon Murray não querer alargar em demasia o carro e proporcionar um bom equilíbrio. Por isso mesmo, foram feitas malas de propósito para o F1 que eram guardadas nos flancos, maximizando espaço sem comprometer o comportamento.
Matra Bagheera
O Bagheera era conhecido por uma piada francesa que dizia o seguinte: o Matra tem três lugares para que o dono do carro possa levar a mulher e a amante de fim de semana sem ninguém se chatear. Piadas secas á parte, o Bagheera era um carro que abordava a necessidade dos desportivos serem mais práticos de uma forma diferente. Assim, estavam três lugares perfeitamente alinhados no centro do carro, algo possível pela implementação do motor a meio do carro. O comportamento era excelente, mas o motor Simca que empurrava os 883 quilos do Bagheera era fraquinho (tinha 1294 c.c.) com apenas 84 CV e ara chegar dos 0-100 km/h eram precisos 12,3 segundos. E ter músculos fortes no pélvis, pois os bancos eram um arranjo especial. Na verdade era um 1+2, com bancos inspirados pelas “chaises longues” que o autor do projeto, Philipe Guedon, viu em Paris. O banco do condutor era normal e o passageiro tinha um banco mais largo, com as costas individualizadas e com forma convexa para caberem os ombros de todos. Ora, a curvar sem ninguém ao lado, o condutor saia disparado. Com três pessoas, ficavam todos mais aconchegados. E sabem de onde veio a ideia de três bancos? Quando Guédon teve de fazer uma deslocação numa Ford Taunus apinhada de coisas e que forçou as três pessoas a viajar no banco da frente.
Bizzarrini Manta
Um dos mais belos e desconhecidos protótipos alguma vez feitos e com uma base muito interessante. No caso, o chassis de competição do Bizzarrini Le Mans, carro que disputou a grande clássica francesa e durou apenas meia hora em pista. Quando Giugiaro precisou de um chassis para fazer o novo carro para a Bizzarrini, o chassi do Le Mans estava ali à mão e o designer construiu uma belíssima carroçaria em seu redor. Um carro com três lugares, com o condutor destacado no centro – sim, Gordon Murray não inventou a posição de condução central – não porque Giugiaro se tivesse lembrado disso, mas porque o chassis de competição era assim. Como era um carro largo, Giugiaro optou por colocar um lugar de cada lado do condutor e resolver a questão da habitabilidade. Não saiu da fase de protótipo e tinha uma particularidade: a alavanca da caixa de velocidades estava localizada entre a coxa direita do condutor e a coxa esquerda do passageiro do lado direito. Tinha de haver muita confiança para as passagens de caixa…
Ferrari 365 P Berlinetta Speciale
Este, sim, foi o primeiro supercarro a ter três lugares, bem antes do McLaren F1 de Gordon Murray. Foi Enzo Ferrari quem lançou um modelo que tinha três lugares. Resultou do cruzamento entre o trabalho da Ferrari, de Pininfarina e do importador americano da casa de Maranello, Luigi Chineti. A base era o 365 P2 e o Berlinetta Speciale acabou conhecido como o 365 “Ter Posti”, devido aos três lugares. O condutor estava a meio e foram feitos apenas dois protótipos. Foi a base para os Ferrari 206 e 246 Dino.
Mercedes SL Pagoda
Por esta não estava á espera, pois não? Mas é verdade, o SL Pagoda (nome dado pelo teto concavo) era vendido como um dois lugares, mas tinha a opção de um terceiro banco, que lhe adicionava versatilidade. Forma poucos os que escolheram essa opção, pelo que comprar um SL Pagoda com três lugares é difícil, pois são modelos raríssimos. Claro está que o terceiro banco estava colocado de lado e quem lá fosse sentado apanhava com o vento e não só, pois não havia proteção. E se a capota fosse fechada, um torcicolo seria inevitável. Mas foi o primeiro carro a oferecer três lugares.
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