Escândalo Ghosn: executivo acusa a Nissan de “jogo sujo”
Antes de voltar a ser preso, Carlos Ghosn realizou uma mensagem vídeo onde acusa, de forma clara, os responsáveis da Nissan de “jogo sujo” ao orquestrarem “a sua detenção e encarceramento, ao invés de trabalharem em conjunto para resolver os problemas da empresa e o seu deteriorado desempenho.”
Palavra duras de Ghosn que, segundo os seus advogados, tiveram de ser editadas devido á sensibilidade da situação do executivo brasileiro.
“Se estiverem a ver este vídeo, significa que não posso fazer a conferência de imprensa que marquei para o dia 11 de abril.” É assim que o vídeo começa deixando claro que Ghosn sabia que a decisão de falar à imprensa poderia não ser bem acolhida e voltar a ser detido era ma possibilidade.
Bem mais magro, Carlos Ghosn não perdeu nada do seu estilo confiante e assertivo que lhe valei ser um dos gestores de topo da indústria automóvel mundial.
“Alguns executivos, obviamente, pelo seu próprio interesse e pelos seus medos egoístas, andam a destruir valor. Estamos a falar de pessoas que têm vindo a jogar este jogo sujo sobre o que tem acontecido. Mas, acredito, a verdade irá emergir e os factos vão falar por si” ataca Ghosn nesta gravação disponibilizada por Junichiro Hironaka, um dos seus advogados.
Como referimos, o vídeo teve de ser editado para que os nomes dos executivos acusados por Ghosn não surjam, para já, e permitir que o pedido de fiança seja bem sucedido, uma vez mais. Mas, para já, até ao dia 14 de abril, Carlos Ghosn continuará detido dentro do prazo legal de 10 dias. Os dias suficientes para evitar que o brasileiro fizesse a conferência de imprensa. A perturbação do processo está entre as razões para que o novo processo instaurado a Ghosn conduzisse à sua detenção, um mês depois de ter sido libertado sob fiança.
Recordar que a sua esposa deslocou-se para França e já pediu às autoridades francesas que defendam Carlos Ghosn, lembrando a sua cidadania francesa e os serviços prestados ao pais ao lema da Renault.
Esta situação permitiu, também, abanar a Aliança Renault Nissan Mitsubishi até aos alicerces, tendo nascido dai uma nova governança, embora já esteja ameaçada pois o CEO da Nissan poderá ser apanhado pelos salpicos do escândalo. Hiroto Saikawa tem demarcado a Nissan do assunto, mas pode ter estado envolvido na questão dos salários não declarados de Ghosn.
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