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O Diesel pode durar, mas os indicadores são gasolina e o futuro híbrido

By on 10 Abril, 2019

A

eletrificação de veículos há muito que deixou de ser uma tendência e é já um

pilar central no desenvolvimento de veículos na maioria dos construtores

automóveis. Por outro lado, é um facto que o mundo não estaria estruturalmente

preparado para uma mudança repentina de paradigma, em que só existissem carros

elétricos. Tal revela-se utópico, porque não existiria forma de responder a

essa realidade, fosse na produção de veículos, fosse na construção de

infraestruturas que permitem a sua utilização, como postos de carregamento ou

centrais que permitissem fornecer a eletricidade exigida. Por isso, a

eletrificação de veículos é um ponto assente na atualidade, mas, ao mesmo

tempo, é algo que, certamente, irá demorar algumas décadas a estar globalmente

massificada, porque as próprias realidades, necessidades e exigências são muito

díspares entre os vários países do mundo.

A

isto juntam-se as novas normas de consumos de emissões WLTP, que obrigaram os

construtores a refazer ou fazer nascer novos motores para estarem conformes aos

atuais parâmetros, obrigatórios para todos os veículos desde 1 de janeiro de

2019. Esta alteração veio debilitar os veículos a gasóleo, dado os avultados

investimentos necessários para os motores respeitarem as novas regras, que irão

gradualmente, de futuro, ser ainda mais estritas.

Por

outro lado, há marcas que não têm motores Diesel na sua gama e outras que têm

vindo a banir, a pouco e pouco, este tipo de motorização de alguns dos seus

modelos, justamente por o investimento para os motores estarem compatíveis com

as novas normas de emissões e consumos não se justificar. Além de que, em

alguns casos, a penalização em impostos que iria incidir sobre algumas versões

Diesel iria ampliar o fosso existente do preço de venda do mesmo veículo face à

sua versão a gasolina.

Por

isso, não é de estranhar que, mesmo que tal não transpareça de forma evidente,

os carros Diesel estejam com os dias a ficar contados. Mesmo que a realidade

não seja a tão breve prazo como o Ministro do Ambiente, João Matos Fernandes,

tenha sugerido. Mas é algo que irá acontecer.

Fatores

que pesam na balança de mercado e que, independentemente dos desígnios dos

mercados ou dos construtores automóveis, tornam as linhas guias do futuro muito

evidentes. É neste contexto que as motorizações a gasolina ganham um novo

fôlego, e apesar de mediaticamente os veículos elétricos serem os

protagonistas, na sombra as motorizações a gasolina sofrem grandes desenvolvimentos

e assumem espaço de mercado entre a oferta dos construtores. Seja de modo

total, ou parcial, leia-se, através de motores híbridos e, principalmente,

híbridos plug-in. Reside nestes, acredito, o grande foco de desenvolvimento dos

próximos anos e serão a melhor solução para a realidade que temos e teremos num

futuro não muito longínquo. Modelos que permitem e irão possibilitar ainda mais

interessantes autonomias só em modo elétrico, com carregamentos das respetivas

baterias, mas sempre em funcionamento com um motor de combustão a gasolina, que

garante o conforto e segurança de que, se necessário, podemos recorrer ao

depósito tradicional e seguir viagem.

Neste contexto, acredito que o Diesel ainda está para durar, mas os indicadores são de facto a gasolina e o futuro será híbrido. Daqui a umas décadas, talvez só falemos em elétricos… mas isso ainda vai demorar.

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