Dacia vai substituir o Sandero e o Lodgy e vai ter motorizações híbridas
Depois de alguma calmaria, a Dacia vai entrar num frenesim de novidades para se adaptar aos novos tempos.
A Dacia limitou-se a oferecer novos motores a gasolina em 2018 e 2019, mas a renovação da gama está quase a começar. Em setembro chegará à gama o motor 1.0 TCe com 100 CV alimentado a GPL, para ficar no lugar do 1.6 SCe. A caixa de dupla embraiagem da Renault não chegará brevemente à Dacia, porque em primeiro lugar está a implementação de novas motorizações e a colocação do SCR nos modelos diesel. E 2020, podemos garantir, será um ano Dacia. Até porque não estará, em 2019, no Salão de Frankfurt.
Com uma gama de produtos com um ciclo de vida de 7 a 8 anos, 2020 é o ano chave para a casa romena. Os primeiros a receber novidades serão o Lodgy e o Dokker (foram lançados em abril e maio de 2012). Produzidos em Marrocos, vão manter a plataforma B0 (já velhinha) mas com muitas alterações que a modernizarão. Serão apresentados na Primavera de 2020. Numa tentativa de aumentar a oferta de veículos comerciais, a Renault pode pegar no Dokker e chamar-lhe seu, tal como sucede na Argentina, onde se chama Renault Kangoo.
Ainda em 2020, no outono, a Dacia vai lançar os novos Logan e Sandero, estes já na terceira geração. E aqui, sim, haverá alterações profundas, pois os dois receberão a plataforma CMF-B, a mesma da quinta geração do Renault Clio. Esta alteração foi obrigada pela necessidade de integrar novas tecnologias que a plataforma B0 utilizada, até agora, não permite utilizar. Falamos, principalmente, das câmaras frontais e o radar, tornados obrigatórios pelas regras europeias a partir de 2022. Por outro lado, a Renault quer modificar as ferramentas das fábricas da Dacia, já bem antigas, e naturalmente que nesta altura, muita da tecnologia que será obrigatória daqui a um par de anos já está amortizada e não terá impacto exagerado nos preços do carro.
E, claro, apesar do seu ADN, a Dacia não poderá continuar “distraída” e por isso receberá eletrificação. Uma das vantagens da Dacia era utilizar motores comprovados, baratos e fiáveis, largados pela Renault, isso agora terá de mudar. A Dacia tem de reduzir os seus níveis de emissões de CO2 em 15% em 2025 e 31,5% em 2030. Atualmente, a média WLTP da Dacia está entre 125 e 130 gr/km de CO2, estando demasiado longe das 95 gr/km impostas para 2020-2021. Porém, incluída dentro do grupo Renault, a Dacia pode continuar durante mais um par de anos a estar fora dos limites, pois a casa francesa conseguirá estar abaixo desse valor no calculo integrado de todo o grupo Renault.
Mas a Dacia terá de fazer alguma coisa e por isso a hibridização será inevitável, bem como algumas medidas que podem ajudar a baixar o CO2. Aliás, começará por ai o “ataque” ás emissões, seguindo-se as motorizações híbridas, tornadas obrigatórias quando a União Europeia exige que 15% da produção seja de veículos eletrificados, passando essa quota para 30% em 2030.
Portanto, nada mais resta à Dacia que deitar mão aos motores híbridos, pois a mobilidade elétrica não é possível olhando aos alvos da Dacia e ao seu posicionamento. Os Dacia vão, assim, receber o sistema 1.6 e-Tech com 130 CV, o mesmo da quinta geração do Clio. Além deste sistema, a Dacia vai deiyar mão dos mini híbridos com tecnologia de 48 volts, que será a primeira medida da casa romena para baixar a média de CO2.
Porém, fica evidente que a Dacia terá muitos desafios pela frente com a questão das emissões de CO2 e com a necessidade de eletrificar a gana, pois isso acabará por a afastar do seu desígnio e não há a certeza que o investimento necessário para cumprir as normas europeias antipoluição e de segurança para conseguir as cinco estrelas na EuroNCAP, seja recuperado. Estes tempos são de enorme perigo para marcas como a Dacia e pode, mesmo, ser o fim das “low cost” e, quem sabe, o canto do cisne da marca romena que pode diluir-se dentro da Renault e… desaparecer.
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