Mercedes vende metade da Smart à Geely
O AUTOMAIS já tinha deixado claro que a Daimler estava a pensar, seriamente, no que fazer á Smart, depois de anunciar que a transformaria numa marca elétrica. Fuga para diante, sabe-se, agora é chamariz para atrair capital chinês.
A Smart, não é segredo para ninguém, nunca deu lucro (estima-se que as perdas sejam de 700 milhões de euros ao ano, pois a Daimler nunca referiu cifras do exercício da Smart) e no passado vendeu 128 802 unidades, um pingo no mar de 2,3 milhões de unidades comercializadas pela Daimler. Estando no anoitecer do acordo com a Renault para fabricar modelos urbanos e sendo certo que não será renovado, a Smart ficou, automaticamente, em maus lençois.
Necessitando de contar todos os tostões para investir, pornograficamente, na mobilidade elétrica e a marca EQ, a Daimler vasculhos todos os cantos e decidiu que a Smart seria uma marca puramente elétrica a partir de 2020. Percebe-se que a Daimler já tinha em mente acabar com a Smart (afinal pode fazer citadinos com o seu nome sem problema) ou vender parte dela.
Ali ao lado estava a Geely, o maior acionista da Daimler (tem 9,7%) desde 2018, pelo que juntou-se o útil ao necessário e a empresa chinesa, dona da Volvo, fica com 50% da Smart.
Todas estas decisões precipitaram-se com a saída em maio deste ano de Dieter Zetsche da presidência da Daimler – sempre um enorme defensor da Smart, ele que foi o homem que recebeu a marca e a desenvolveu ao longo de 25 anos – e a entrada de Ola Kallenius, um homem que não quer a Smart.
Há um pequeno problema, porém, em tudo isto, o Governo alemão. Existe uma lei, ratificada pelo parlamento, que bloqueia investimentos de empresas fora da União Europeia acima de 15%, em empresas consideradas sensíveis, estando incluídas nesse lote, as empresas de defesa, energia e automóvel.
Poderá a Geely ter de pegar na Volvo e fazer da marca sueca sócia da Daimler na Smart, ficando por perceber qual o interesse do gigante chinês que além dos 9,7% que tem na Daimler, a dona da Geely Auto e das marcas LEVC, Lynk&Co, Lotus, Proton, Yuan Cheng Auto e Volvo.
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