Vendas de modelos diesel na Europa caíram 20% em 2018
O copo meio cheio (os defensores dos modelos elétricos) ou meio vazio (os que defendem as motorizações com motores de combustão interna) será o dominador comum das eternas discussões que se fazem em redor dos motores térmicos, particularmente, os diesel. Não a diesel (não podemos meter o senhor Rudolf Diesel dentro do depósito…) mas sim a gasóleo.
A verdade é que desde o Dieselgate espoletado nos Estados Unidos da América – que estavam mais interessados em exterminar o gasóleo, a crescer de importância nas vendas do outro lado do oceano – com a Volkswagen, a histeria tomou conta dos políticos e de alguns executivos da indústria automóvel.
Os primeiros correram a condenar o gasóleo, diabolizando-o e forçando algum poder local a fazer ufanos anúncios proibindo a utilização de veículos a gasóleo nas suas cidades. Os alemães, muito ciosos da sua amizade com o ambiente foram os mais radicais – e, como sempre, sem conseguirem pensar um bocadinho pelas suas cabeças, vai de cortar de forma draconiana a média de CO2 que cada marca pode emitir nos seus modelos e decretando o gasóleo como a raiz de todo o mal.
Por via disto e de muita desinformação prestada por alguma imprensa comprometida com as benesses absolutas da mobilidade elétrica (habitualmente fora do universo automóvel), desenhando um paraíso absolutamente irreal, as vendas de veículos diesel caíram de forma abrupta em 2018. Segundo dados da Jato, foram vendidos na Europa, em 2018, 15,6 milhões de veículos, um crescimento quase impercetível de 346 carros face a 2017. E que poderia ter sido mesmo um crescimento negativo caso a forte queda das vendas no último trimestre de 2018 fosse maior que o crescimento experimentado nos outros trimestres. Queda essa derivada da introdução do WLTP, com muitos modelos a verem as suas vendas suspensas temporariamente.
Contas feitas, as vendas de carros a gasóleo caíram em 20 dos 27 países da União Europeia, significando isso apenas 35% dos modelos vendidos em 2018 utilizam gasóleo, o mais baixo desde 2001, enquanto que os modelos a gasolina valeram 57% do mercado, ou seja, cerca de um milhão mais de veículos que em 2017. Os modelos que utilizam combustíveis alternativos cresceram 6,8% para 944 800 unidades face aos 734 400 veículos vendidos em 2017. E dentro destes, as vendas de veículos elétricos foi de 195 300 unidades em 2018 (132 800 em 2017, ou seja, mais 62 500 unidades, crescimento de 47%). Os veículos elétricos ultrapassaram os híbridos que em 2018 venderam 180 mil unidades. Curiosamente, há 550 mil veículos híbridos foram registados, um aumento de 24%.
O mercado alemão continua a ser o maior mercado europeu com 3 435 788 unidades, um recuo de 0,2%. O segundo mercado é o Reino Unido com 2 367 147 unidades, uma quebra de 6,8% face a 2017, o maior recuo europeu, só igualado pela Suécia. O mercado que mais cresceu foi o da Lituânia que com 32 382 unidades vendidas, cresceu 25,4%. O segundo mercado que mais acelerou foi o da Roménia, que com 158 268 unidades, avançou 21,4%.
A Volkswagen continua a ser a marca mais vendida na Europa com 1 746 411 veículos, seguida pela Renault com 1 099 289 e a Ford com 1 014 190 unidades. O modelo europeu mais vendido é o Golf, mesmo que tenha recuado 8% nas vendas face a 2017 e as versões diesel cerca de 30%. O segundo modelo mais vendido foi o Renault Clio, com 336 268 unidades, seguindo-se o Polo com 299 920 carros (mais 10%).
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