Kia Proceed 1.6 CRDi GT Line – Ensaio Teste
Kia Proceed 1.6 CRDi GT Line
Texto: José Manuel Costa ([email protected])
Fotos: José Manuel Costa (feitas com o Samsung Galaxy S9+)
Audácia coreana
O terceiro andamento da gama Ceed é um automóvel diferente que vindo ocupar o lugar do coupé com o mesmo nome, oferece uma espécie de familiar desportivo que muitos dizem beber inspiração no Porsche Panamera Sport. Não acredito em tamanha ousadia e sigo antes a pista da rivalidade com a Mercedes e a sua CLA Shooting Brake. A ideia da Kia é a mesma, oferecer uma carrinha diferente onde o estilo é rei e senhor, mas não sacrifica a funcionalidade. E como nas mãos dos responsáveis da Kia está um estudo que lhe diz que as vendas da carrinhas vão aumentar nos próximos anos, ao invés dos coupés, que tendem a desaparecer, com os clientes a preferirem algo que lhe ofereça mais que uma aborrecida carrinha, os coreanos da Kia foram audazes e trouxeram para a arena este Proceed com um estilo muito agradável e um ou outro soluço inesperado. A marca coreana deseja que o Proceed seja responsável por 20% das vendas da gama Ceed e perante o que experimentei e face aos preços que a marca propõe para a gama, poderá até passar essa marca. E até que chegue o, ainda, desconhecido Ceed SUV, é tempo de apostar nesta carrinha muito especial que apesar de ser uma carrinha-coupé, tem uma bela bagageira.
Seja como for, não será despiciendo acreditar que a Kia percebeu que é possível oferecer modelos de uma gama inferior a preços de modelo acima no segmento e fazer como a Mercedes que cobra mais 25% que a berlina do Classe A com a Shooting Brake”. Percebe-se, assim, facilmente que a ideia do Proceed não é tão prosaica como isso…
Com a chegada do Proceed nesta forma de “shooting brake”, desaparece da gama Ceed o coupé, ficando agora a faltar, para já, a versão SUV que a Kia promete ser, também, uma pedrada no charco. Veremos, mas agora o que interessa é este Proceed, aqui ensaiado na versão turbodiesel com caixa automática de dupla embraiagem e no equipamento de topo GT Line.
Estilo / Personalidade / Chassis / Preços, equipamento
Insonorização / Visibilidade traseira / Interior sem mudanças / Caixa DCT
Exterior
Contas feitas, o Kia Proceed é uma carrinha Ceed alongada (tem mais 5 mm para 4,61 metros) bem mais baixa (menos 43 mm) com um tejadilho arredondado que cai para um óculo traseiro muito mais inclinado. Querem saber quanto? Eu digo-vos: 50,9 graus, quando o Kia Ceed SW tem o vidro traseiro inclinado 64,2 graus. Uma informação inútil, mas que entendi que vos devia comunicar… A distância entre eixos, para variar, não conheceu alterações. Pudera, a base é exatamente a mesma da carrinha.
Apesar disto tudo, o Proceed não é uma shooting brake na verdadeira acessão da palavra, não só porque deriva da carrinha e não de um coupé de duas portas e não é uma série especial numerada e limitada. Por isso mesmo é uma rival do Mercedes CLA Shooting Brake, mesmo que, como veremos, seja bem diferente.
Independentemente disso, o exercício de estilo feito no Proceed é brilhante e o aspeto do carro é muito bom. Curiosamente, para fazer este Proceed, a Kia teve de fazer o carro praticamente desde a raiz. A “shooting brake” partilha com o Ceed os guarda lamas dianteiros e o capô, sendo tudo o resto diferente. Depois há os detalhes de estilo que fazem a diferença: o para choques dianteiro foi redesenhado, tal como o traseiro, para conferir maior agressividade e a dupla saída de escape ajuda nesse particular. Depois temos aquilo que a Kia denomina como “coast to coast line” ou seja, a barra luminosa que liga os dois farolins traseiros surgindo por baixo o símbolo da Kia e a designação do modelo. As jantes de 18 polegadas dão um aspeto tremendo ao carro, num conjunto muito agradável á vista.
Pontuação 9/10
Interior
Aberta a porta do Proceed, percebe-se imediatamente que o acesso é mais acanhado, o mesmo se passando para quem segue no banco traseiro. Ultrapassando essa dificuldade, caímos em cima de um banco conhecido de outros Ceed (aqueles com equipamento GT Line) com amplo suporte e forrados em Alcantara e pele. O pesponto a vermelho dá um toque desportivo e estético bem-vindo. Confortável no banco e encontrada, facilmente, a melhor posição de condução, frente a mim estava um volante com a parte inferior cortada e tudo aquilo que poderá encontrar num Kia Ceed SW. Ou seja, as mesmas regulações, os mesmos comandos e até os mesmos revestimentos.
Como referi acima, o tejadilho está bem mais baixo que na carrinha e no carro, mas o banco rebaixa até ao mesmo nível daqueles, o que significa que o espaço para a cabeça diminuiu de forma evidente e atrás, mais ainda. Não houve alterações no que toca ao espaço para as pernas, continua a ser generoso, mas em altura as coisas são diferentes e entrar e sair do Proceed requer algum cuidado para não ficar com um galo na cabeça…
Como a Kia percebe que não tem a imagem de marca da Mercedes para vender um carro 25% mais caro com pouca habitabilidade e mala curta, optou no Proceed por lhe oferecer uma boa bagageira. Não custa muito pois a base é a carrinha Cedd que tem 625 litros. Contas feitas, o Proceed tem uma bagageira com 594 litros, apenas 31 litros menos. E tem a vantagem da Kia ter dado um toque de luxo com um sistema de barras que permite organizar a bagagem e prendê-la no seu lugar, mantendo o rebatimento 60/40. A necessidade de manter a rigidez torsional do Proceed obrigou os homens da Kia a estreitarem e elevarem o acesso à bagageira. O objetivo foi conseguido e a verdade é que em termos de rigidez o carro faz jogo igual com o carro e a carrinha e pesa menos 20 quilogramas.
Fica o pequeno amargo de boca da Kia não ter ido mais longe com o interior do Proceed, pois não há nenhuma distinção entre este e um comum Ceed, o que no exterior não é exatamente assim, pois destaca-se de forma clara da multidão. Mas também se percebe que não há dinheiro para tudo e manter uma ligação á gama Ceed, alguma coisa terá de ser mantida. Foi o interior, assim seja.
Pontuação 8/10
Equipamento
Disponível apenas como GT ou GT Line, o Kia Proceed tem no equipamento outra das mais valias. Olhando para a lista de equipamento, não falta quase nada, desde alarme, cruise control, sistema de alerta de condutor, controlo de estabilidade, faróis de nevoeiro, alerta de colisão frontal, ajuda ao arranque em inclinação, máximos automáticos, assistente de manutenção de faixa de rodagem, ar condicionado automático, banco do condutor e passageiros com regulação em altura, Bluetooth, fichas USB e AUX, tomada de energia, computador de bordo, sensores de luz e chuva, chave inteligente, acesso e arranque mãos livres, sistema de navegação com ecrã de 8 polegadas e câmara de estacionamento traseiro, vidros elétricos nas quatro portas, abertura elétrica do portão traseiro, travão de mão elétrico, volante e alavanca da caixa de velocidades forrada a couro, carregador sem fios para o smartphone, jantes de liga leve de 17 polegadas (as de 18 polegadas custam 400 euros), sensores de estacionamento traseiro. Como opcionais estão a pintura metalizada (430 euros), o teto de abrir panorâmico, sistema de som JBL com 8 colunas (amplificador de 800 watts, 500 euros) e os pacotes ADAS (alerta de colisão frontal peões, detetor de ângulo morto, alerta de tráfego na retaguarda, 800 euros) e ADAS Plus (alerta de colisão frontal peões, detetor de ângulo morto, alerta de tráfego na retaguarda, cruise control adaptativo, estacionamento automático e assistente de fila de trânsito, 1.600 euros). Tudo isto é oferecido nesta versão com motor 1.6 CRDi com caixa de sete velocidades de dupla embraiagem GT Line, por 38.740 euros que, com a campanha de 5.300 euros, baixa para 33.440 euros.
Pontuação 9/10
Consumos
Para o bloco 1.6 CRDi com 136 CV, a Kia anuncia um consumo médio de 4,3 litros por cada centena de quilómetros. Um valor que não é possível de igualar pois a média do ensaio que realizei ficou-se por, ainda assim, uma cifra bem interessante: 6,3 l/100 km. Em cidade o motor é um nadinha mais guloso, com valores de 7,1 l/100 km. Ainda assim, o motor deste Kia Proceed acaba por ser económico e com uma bela autonomia oferecida pelo depósito de 50 litros.
Pontuação 7/10
Ao Volante
A Kia sabia que não podia errar no que toca ao comportamento dinâmico do Proceed e por isso a equipa dirigida por Albert Biermann, o ex-BMW M, passou muito tempo a desenvolver o chassis do carro até lhe oferecer um comportamento que pode orgulhar os engenheiros que trabalharam nesta variante. As suspensões foram endurecidas com amortecedores e molas mais duras, barras estabilizadoras suavizadas, carro rebaixado 5 mm, movimentos da carroçaria mais controlados e a utilização de pneus Michelin Pilot Sport 4. Ora, o que resulta de tudo isto?
Claramente mais firme que outro Ceed que já conduzi, o Proceed não endurece de forma a prejudicar o conforto, até porque as evoluídas suspensões independentes nos dois eixos, absorvem de forma competente as maiores irregularidades. A direção também foi mexida e revela-se precisa e consistente, mais natural e com alguma sensibilidade. Não é muita, mas ainda assim saúda-se.
Aproveitando o impulso possível do motor com 136 CV, rodar numa estrada sinuosa acaba por ser não ser um problema, pois a frente tem aderência suficiente para resistir à debandada quando em pressão, com a direção a oferecer-nos a informação necessária para manter a trajetória escolhida. Não é a mesma sensação de uma direção “old school”, mas tenho de dizer que é um bom trabalho por parte dos engenheiros da Kia.
Graças à vectorização de binário, não há muitos problemas de tração – até porque os 136 CV não colocam muitas dificuldades – e se porventura tiver de levantar o pé a meio de uma curva quando já está totalmente comprometido com ela, não se preocupe que o chassis não chicoteia e o ESP consegue controlar tudo sem grandes dificuldades. Enfim, estou curioso para experimentar o Proceed com um motor mais potente (o GT com o motor a gasolina com 205 CV), pois o prazer de condução é real e há já algum tempo que não me divertia tanto ao volante de um carro deste segmento. Parabéns senhor Biermann.
Pontuação 8/10
Motor
O motor turbodiesel não está à altura das capacidades do chassis do Proceed. Este que é o único motor diesel que está disponível na gama da “shooting brake” e com 136 CV não consegue dar o cunho desportivo que o chassis permite. Ainda assim, permite explorar as suas capacidades, apesar do casamento entre o bloco e a caixa de sete velocidades de dupla embraiagem estar longe de ser perfeito.
O motor, diga-se, não vibra de forma notória, porém não deixa de ter aquele timbre típico de um bloco turbodiesel e falta um pouco de refinamento. Levando o Kia Proceed dos 0-100 km/h em menos de 10 segundos (9,9 para ser mais exato), alcançando os 200 km/h. A caixa DCT não é das mais rápidas e se optarmos pelo modo Sport (só há dois, Normal e Sport) a coisa melhora um pouquinho, mas ainda assim esta caixa, produto do grupo Hyundai Kia, mostra-se algo preguiçosa nas passagens de caixa e o coimando manual não melhora muito. Felizmente que o binário de 320 Nm está disponível logo a partir das 2000 rpm, facilitando um pouco as coisas.
Pontuação 7/10
Balanço Final
Uma agradável surpresa este Kia Proceed, mesmo nesta versão a gasóleo, pois suspeito que as variantes a gasolina serão mais “espigadas” e interessantes face ao chassis oferecido. Mas isso são contas de outro rosário que trataremos mais adiante. Com uma habitabilidade mais que suficiente (mesmo que ligeiramente apertada em termos de altura), uma bela bagageira e uma qualidade de construção muito interessante, tudo embrulhado numa carroçaria muito atraente que encerra dentro de si um inusitado e excelente equilíbrio entre prazer de condução e conforto, o Kia Proceed é um automóvel a ter em conta. Se procura fugir à tradicional escolha da carrinha, se não quer ser mais um a andar em andas dentro de um SUV e não tem dinheiro para o coupé dos seus sonhos, está aqui o produto que o vai deixar muito satisfeito, o Kia Proceed. E deixe-se lá desses pruridos deste ser um carro coreano…
Pontuação 9/10
Concorrentes
Mercedes CLA 200d Shooting Brake
2146 c.c. (turbodiesel); 136 CV; 300 Nm; 0-100 km/h em 9,2 seg,; 215 km/h; 4,2 l/100 km, 111 gr/km de CO2; nd
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Ficha Técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros com injeção direta diesel e turbo com intercooler
Cilindrada (cm3): 1591
Diâmetro x Curso (mm): 77 x 85,8
Taxa de Compressão: 15,9
Potência máxima (CV/rpm): 136/4000
Binário máximo (Nm/rpm): 20/2000 – 2250
Transmissão: dianteira com caixa automática de dupla embraiagem com 7 vel.
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Duplo triângulo sobreposto/independente multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 9,9
Velocidade máxima (km/h): 200
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 4,1/4,6/4,3
Emissões CO2 (gr/km): 110
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4605/1800/1422
Distância entre eixos (mm): 2650
Largura de vias (fr/tr mm): 1559/1567
Peso (kg): 1465
Capacidade da bagageira (l): 594
Deposito de combustível (l): 50
Pneus (fr/tr): 225/45 R17
Mais/Menos
Mais
Estilo / Personalidade / Chassis / Preços, equipamento
Menos
Insonorização / Visibilidade traseira / Interior sem mudanças / Caixa DCT
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 38740€
Preço da versão base (Euros): 35340€
Exterior
Contas feitas, o Kia Proceed é uma carrinha Ceed alongada (tem mais 5 mm para 4,61 metros) bem mais baixa (menos 43 mm) com um tejadilho arredondado que cai para um óculo traseiro muito mais inclinado. Querem saber quanto? Eu digo-vos: 50,9 graus, quando o Kia Ceed SW tem o vidro traseiro inclinado 64,2 graus. Uma informação inútil, mas que entendi que vos devia comunicar… A distância entre eixos, para variar, não conheceu alterações. Pudera, a base é exatamente a mesma da carrinha.
Apesar disto tudo, o Proceed não é uma shooting brake na verdadeira acessão da palavra, não só porque deriva da carrinha e não de um coupé de duas portas e não é uma série especial numerada e limitada. Por isso mesmo é uma rival do Mercedes CLA Shooting Brake, mesmo que, como veremos, seja bem diferente.
Independentemente disso, o exercício de estilo feito no Proceed é brilhante e o aspeto do carro é muito bom. Curiosamente, para fazer este Proceed, a Kia teve de fazer o carro praticamente desde a raiz. A “shooting brake” partilha com o Ceed os guarda lamas dianteiros e o capô, sendo tudo o resto diferente. Depois há os detalhes de estilo que fazem a diferença: o para choques dianteiro foi redesenhado, tal como o traseiro, para conferir maior agressividade e a dupla saída de escape ajuda nesse particular. Depois temos aquilo que a Kia denomina como “coast to coast line” ou seja, a barra luminosa que liga os dois farolins traseiros surgindo por baixo o símbolo da Kia e a designação do modelo. As jantes de 18 polegadas dão um aspeto tremendo ao carro, num conjunto muito agradável á vista.
Pontuação 9/10
Interior
Aberta a porta do Proceed, percebe-se imediatamente que o acesso é mais acanhado, o mesmo se passando para quem segue no banco traseiro. Ultrapassando essa dificuldade, caímos em cima de um banco conhecido de outros Ceed (aqueles com equipamento GT Line) com amplo suporte e forrados em Alcantara e pele. O pesponto a vermelho dá um toque desportivo e estético bem-vindo. Confortável no banco e encontrada, facilmente, a melhor posição de condução, frente a mim estava um volante com a parte inferior cortada e tudo aquilo que poderá encontrar num Kia Ceed SW. Ou seja, as mesmas regulações, os mesmos comandos e até os mesmos revestimentos.
Como referi acima, o tejadilho está bem mais baixo que na carrinha e no carro, mas o banco rebaixa até ao mesmo nível daqueles, o que significa que o espaço para a cabeça diminuiu de forma evidente e atrás, mais ainda. Não houve alterações no que toca ao espaço para as pernas, continua a ser generoso, mas em altura as coisas são diferentes e entrar e sair do Proceed requer algum cuidado para não ficar com um galo na cabeça…
Como a Kia percebe que não tem a imagem de marca da Mercedes para vender um carro 25% mais caro com pouca habitabilidade e mala curta, optou no Proceed por lhe oferecer uma boa bagageira. Não custa muito pois a base é a carrinha Cedd que tem 625 litros. Contas feitas, o Proceed tem uma bagageira com 594 litros, apenas 31 litros menos. E tem a vantagem da Kia ter dado um toque de luxo com um sistema de barras que permite organizar a bagagem e prendê-la no seu lugar, mantendo o rebatimento 60/40. A necessidade de manter a rigidez torsional do Proceed obrigou os homens da Kia a estreitarem e elevarem o acesso à bagageira. O objetivo foi conseguido e a verdade é que em termos de rigidez o carro faz jogo igual com o carro e a carrinha e pesa menos 20 quilogramas.
Fica o pequeno amargo de boca da Kia não ter ido mais longe com o interior do Proceed, pois não há nenhuma distinção entre este e um comum Ceed, o que no exterior não é exatamente assim, pois destaca-se de forma clara da multidão. Mas também se percebe que não há dinheiro para tudo e manter uma ligação á gama Ceed, alguma coisa terá de ser mantida. Foi o interior, assim seja.
Pontuação 8/10
Equipamento
Disponível apenas como GT ou GT Line, o Kia Proceed tem no equipamento outra das mais valias. Olhando para a lista de equipamento, não falta quase nada, desde alarme, cruise control, sistema de alerta de condutor, controlo de estabilidade, faróis de nevoeiro, alerta de colisão frontal, ajuda ao arranque em inclinação, máximos automáticos, assistente de manutenção de faixa de rodagem, ar condicionado automático, banco do condutor e passageiros com regulação em altura, Bluetooth, fichas USB e AUX, tomada de energia, computador de bordo, sensores de luz e chuva, chave inteligente, acesso e arranque mãos livres, sistema de navegação com ecrã de 8 polegadas e câmara de estacionamento traseiro, vidros elétricos nas quatro portas, abertura elétrica do portão traseiro, travão de mão elétrico, volante e alavanca da caixa de velocidades forrada a couro, carregador sem fios para o smartphone, jantes de liga leve de 17 polegadas (as de 18 polegadas custam 400 euros), sensores de estacionamento traseiro. Como opcionais estão a pintura metalizada (430 euros), o teto de abrir panorâmico, sistema de som JBL com 8 colunas (amplificador de 800 watts, 500 euros) e os pacotes ADAS (alerta de colisão frontal peões, detetor de ângulo morto, alerta de tráfego na retaguarda, 800 euros) e ADAS Plus (alerta de colisão frontal peões, detetor de ângulo morto, alerta de tráfego na retaguarda, cruise control adaptativo, estacionamento automático e assistente de fila de trânsito, 1.600 euros). Tudo isto é oferecido nesta versão com motor 1.6 CRDi com caixa de sete velocidades de dupla embraiagem GT Line, por 38.740 euros que, com a campanha de 5.300 euros, baixa para 33.440 euros.
Pontuação 9/10
Consumos
Para o bloco 1.6 CRDi com 136 CV, a Kia anuncia um consumo médio de 4,3 litros por cada centena de quilómetros. Um valor que não é possível de igualar pois a média do ensaio que realizei ficou-se por, ainda assim, uma cifra bem interessante: 6,3 l/100 km. Em cidade o motor é um nadinha mais guloso, com valores de 7,1 l/100 km. Ainda assim, o motor deste Kia Proceed acaba por ser económico e com uma bela autonomia oferecida pelo depósito de 50 litros.
Pontuação 7/10
Ao volante
A Kia sabia que não podia errar no que toca ao comportamento dinâmico do Proceed e por isso a equipa dirigida por Albert Biermann, o ex-BMW M, passou muito tempo a desenvolver o chassis do carro até lhe oferecer um comportamento que pode orgulhar os engenheiros que trabalharam nesta variante. As suspensões foram endurecidas com amortecedores e molas mais duras, barras estabilizadoras suavizadas, carro rebaixado 5 mm, movimentos da carroçaria mais controlados e a utilização de pneus Michelin Pilot Sport 4. Ora, o que resulta de tudo isto?
Claramente mais firme que outro Ceed que já conduzi, o Proceed não endurece de forma a prejudicar o conforto, até porque as evoluídas suspensões independentes nos dois eixos, absorvem de forma competente as maiores irregularidades. A direção também foi mexida e revela-se precisa e consistente, mais natural e com alguma sensibilidade. Não é muita, mas ainda assim saúda-se.
Aproveitando o impulso possível do motor com 136 CV, rodar numa estrada sinuosa acaba por ser não ser um problema, pois a frente tem aderência suficiente para resistir à debandada quando em pressão, com a direção a oferecer-nos a informação necessária para manter a trajetória escolhida. Não é a mesma sensação de uma direção “old school”, mas tenho de dizer que é um bom trabalho por parte dos engenheiros da Kia.
Graças à vectorização de binário, não há muitos problemas de tração – até porque os 136 CV não colocam muitas dificuldades – e se porventura tiver de levantar o pé a meio de uma curva quando já está totalmente comprometido com ela, não se preocupe que o chassis não chicoteia e o ESP consegue controlar tudo sem grandes dificuldades. Enfim, estou curioso para experimentar o Proceed com um motor mais potente (o GT com o motor a gasolina com 205 CV), pois o prazer de condução é real e há já algum tempo que não me divertia tanto ao volante de um carro deste segmento. Parabéns senhor Biermann.
Pontuação 8/10
Concorrentes
Mercedes CLA 200d Shooting Brake
2146 c.c. (turbodiesel); 136 CV; 300 Nm; 0-100 km/h em 9,2 seg,; 215 km/h; 4,2 l/100 km, 111 gr/km de CO2; nd
(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)
Motor
O motor turbodiesel não está à altura das capacidades do chassis do Proceed. Este que é o único motor diesel que está disponível na gama da “shooting brake” e com 136 CV não consegue dar o cunho desportivo que o chassis permite. Ainda assim, permite explorar as suas capacidades, apesar do casamento entre o bloco e a caixa de sete velocidades de dupla embraiagem estar longe de ser perfeito.
O motor, diga-se, não vibra de forma notória, porém não deixa de ter aquele timbre típico de um bloco turbodiesel e falta um pouco de refinamento. Levando o Kia Proceed dos 0-100 km/h em menos de 10 segundos (9,9 para ser mais exato), alcançando os 200 km/h. A caixa DCT não é das mais rápidas e se optarmos pelo modo Sport (só há dois, Normal e Sport) a coisa melhora um pouquinho, mas ainda assim esta caixa, produto do grupo Hyundai Kia, mostra-se algo preguiçosa nas passagens de caixa e o coimando manual não melhora muito. Felizmente que o binário de 320 Nm está disponível logo a partir das 2000 rpm, facilitando um pouco as coisas.
Pontuação 7/10
Balanço final
Uma agradável surpresa este Kia Proceed, mesmo nesta versão a gasóleo, pois suspeito que as variantes a gasolina serão mais “espigadas” e interessantes face ao chassis oferecido. Mas isso são contas de outro rosário que trataremos mais adiante. Com uma habitabilidade mais que suficiente (mesmo que ligeiramente apertada em termos de altura), uma bela bagageira e uma qualidade de construção muito interessante, tudo embrulhado numa carroçaria muito atraente que encerra dentro de si um inusitado e excelente equilíbrio entre prazer de condução e conforto, o Kia Proceed é um automóvel a ter em conta. Se procura fugir à tradicional escolha da carrinha, se não quer ser mais um a andar em andas dentro de um SUV e não tem dinheiro para o coupé dos seus sonhos, está aqui o produto que o vai deixar muito satisfeito, o Kia Proceed. E deixe-se lá desses pruridos deste ser um carro coreano…
Pontuação 9/10
Estilo / Personalidade / Chassis / Preços, equipamento
Menos
Insonorização / Visibilidade traseira / Interior sem mudanças / Caixa DCT
Ficha técnica
Motor
Tipo: 4 cilindros com injeção direta diesel e turbo com intercooler
Cilindrada (cm3): 1591
Diâmetro x Curso (mm): 77 x 85,8
Taxa de Compressão: 15,9
Potência máxima (CV/rpm): 136/4000
Binário máximo (Nm/rpm): 20/2000 – 2250
Transmissão: dianteira com caixa automática de dupla embraiagem com 7 vel.
Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Duplo triângulo sobreposto/independente multibraços
Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 9,9
Velocidade máxima (km/h): 200
Consumos extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 4,1/4,6/4,3
Emissões CO2 (gr/km): 110
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4605/1800/1422
Distância entre eixos (mm): 2650
Largura de vias (fr/tr mm): 1559/1567
Peso (kg): 1465
Capacidade da bagageira (l): 594
Deposito de combustível (l): 50
Pneus (fr/tr): 225/45 R17
Preço da versão base (Euros): 35340€
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