Nissan 370Z Nismo – Ensaio Teste

By on 3 Outubro, 2018

Nissan 370Z Nismo

Texto: Francisco Cruz

Recordações de outros tempos

Desportivo japonês da velha escola, o Nissan 370Z está já disponível em Portugal naquela que é a sua atualização para 2018. Sinónimo não apenas de visual mais atual, mas também desempenho mais evoluído. Ou, pelo menos, a isso aspira…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.

 


Mais:

Travagem / Equipamento / Condução perto do red-line

 

 

Menos:

Motor pouco explosivo / Interior antiquado / Bagageira

 

Exterior

/10

Embora mantendo aquelas que são as linhas gerais desvendadas em 2013, data da última e verdadeira renovação, é na estética exterior que o agora actualizado Nissan 370Z apresenta as primeiras novidades. A começar pelos puxadores das portas a partir de agora em preto, a mesma cor da máscara dos faróis dianteiros e pára-choques traseiro.

Igual e intocado permanecem, pelo contrário, as características de verdadeiro e intemporal coupé desportivo, a começar no longo capot mergulhante e traseira curta, marcada por uma asa traseira suficientemente discreta e duas volumosas ponteiras de escape, separadas por um difusor e luz de nevoeiro ao centro.

A juntar a estes predicados, além dos emblemas “Z” nos flancos e os apontamentos em vermelho nos pára-choques e saias laterais, umas generosas jantes de 19″ com eficazes pneus Pirelli PZero 245/40 à frente e 275/35 atrás, escondendo, por detrás, pinças de travão vermelhas.

Em suma, um look exterior assumidamente radical e de causar respeito, mas que, ao mesmo tempo, não difere assim tanto do antecessor, além de continuar a ser fortemente oriental. E só por isso a nossa pontuação de…

Pontuação – 7 em 10

Interior

/10

Afirmativo e personalizado no exterior, não escondendo sequer as suas raízes orientais, o Nissan 370Z Nismo reafirma essa característica no interior do habitáculo. Onde, a par de um acesso não muito fácil para condutores mais “veteranos” e já sem a mesma flexibilidade de outros tempos, exibe ainda uma estética algo difícil de assimilar ao início, além de, na nossa singela opinião, algo datada.

A justificar esta impressão, numa época em que a tendência são ambientes limpos e pouco confusos, não tanto um painel de instrumentos que se mantém analógico, com conta-rotações ao centro, e que, a exemplo do que acontece na britânica Mini, surge “colado” à coluna de direcção, mas principalmente devido a uma consola central com um ecrã tátil de 7″, parte do sistema de info-entretenimento NissanConnect Premium, conjugada com uma espécie de teclado e botão rotativo não muito práticos. E a que se juntam ainda os vários botões do sistema de som Bose, assim como os do ar condicionado.

Felizmente, mais funcional, surge a manche da caixa manual de seis velocidades, de pouca altura, ou até mesmo o volante de óptima pega, mas que depois apenas ajusta em altura. Beneficiando, nesse aspecto, de uma excelente bacquet Recaro em couro preto e tecido picotado vermelho, com todas as regulações (manuais) e a encaixar o corpo na perfeição. E a oferecer assim uma posição de condução a roçar a perfeição.

No entanto e num desportivo cuja solidez da construção e a elevada qualidade dos revestimentos não esconde totalmente a incompreensível manutenção de alguns plásticos bem menos convincentes, sobressai igualmente a difícil visibilidade exterior a partir de um habitáculo com apenas dois lugares, e, principalmente, a visibilidade traseira. Esta última, quase inexistente e a agradecer (muito!) a presença de uma câmara traseira.

Finalmente e a reafirma a fidelidade ao classicismo dos desportivos de outrora, não somente a manutenção de pequenos manómetros analógicos como os que surgem no topo e ao centro do tablier, e que mostram a temperatura do motor, o nível de carga da bateria e um relógio , mas também a escassez de espaços de arrumação, e até mesmo a bagageira. A qual pouco mais é que um alçapão não muito fundo, fortemente condicionado nas laterais pelos pilares da suspensão, sem qualquer ponto de luz e com uma capacidade de não mais que 235 litros - menos que num Micra!…

Razões mais do que suficientes para, em nossa opinião, uma pontuação de…

Pontuação – 6 em 10

Equipamento

/10

Edição topo de gama preparada pela Nissan Motosport, hoje em dia mais conhecida pelo acrónimo de Nismo, o Nissan 370Z Nismo é proposto com um equipamento de série muito completo e que pouco ou nada deixa de fora - até para justificar os mais de 70 mil euros que custa!…

Assim, presentes, sem qualquer custo acrescido, estão os faróis Bi-Xénon automáticos e sensores de chuva, luzes diurnas em LED,  as já referidas jantes em liga leve RAYS de 19″ exclusivas desta versão, o kit aerodinâmico também exclusivo, o sistema de navegação GPS NissanConnect Premium 3D com ecrã táctil de 7 polegadas, bancos Recaro com regulação manual, pedais e descanso de pés esquerdo em alumínio, ar condicionado automático e sistema de áudio BOSE.

Já no domínio da segurança, elementos como os airbags frontais, laterais e de cortina, ESP com botão de desativação, assistência ao arranque em subida, Cruise Control com limitador de velocidade, sistema de monitorização da pressão dos pneus, kit de reparação de pneus, encostos de cabeça activos e alarme anti-roubo com imobilizador.

À parte de tudo isto, mas igualmente merecedoras de referência, tecnologias como o sistema de sincronização de rotações, SynchroRev Control, solução única num carro de produção em série que, uma vez accionada através do botão S-Mode junto à caixa, não só supervisiona as rotações e velocidade do 370Z, como ajusta as rotações do motor nas reduções, de forma a que as passagens sejam mais suaves e ultrarrápidas.

Finalmente, também a contribuir para uma mais eficaz gestão da transmissão, uma nova embraiagem, resultante da parceria com a EXEDY, e a prometer, embora apenas e só nas versões de caixa manual, utilização mais fácil do pedal, maior precisão e rapidez na engrenagem das velocidades e, em particular, nas reduções.

Em suma e neste capítulo em concreto, muito para nos entretermos, mesmo num carro que procura replicar a fórmula dos mais puros desportivos…

Pontuação – 8 em 10

Consumos

/10

Especialmente tratando-se de um ensaio a um desportivo “puro & duro”, como é o caso deste Nissan 370Z, consumos são algo que grande parte dos pretendentes à compra de uma unidade poderão ser tentados a desvalorizar; não só porque, tanto nós, como eles, sabemos que a “fórmula mágica” capaz de fazer os automóveis andar sem consumir ainda não foi descoberta, mas também porque, das verdades indesmentíveis, faz igualmente parte a certeza de que o prazer e arrebatamento na condução, (ainda) não rimam com consumos residuais… pelo menos, que nós já tenhamos visto!

Assim e no caso concreto deste “puro sangue” nipónico, equipado com um portentoso V6 de 344 cv, torna-se quase aceitável, à partida, que as passagens pelos postos de abastecimento possam ser muito espaçadas. Com a certeza a surgir através de médias, conseguidas numa utilização real, de 12 l/100 km, e, ainda por cima, com alguma contenção na condução. Fazendo assim com que um generoso depósito de 72 litros dificilmente chegue para 500 quilómetros!

Pontuação – 4 em 10

Ao Volante

/10

Impulsionado por um motor que exige ser explorado, o mesmo acontece, de resto, com o Nissan 370Z Nismo, em termos de desempenho dinâmico. Com o modelo japonês a procurar beneficiar da nova geometria da suspensão traseira, além de amortecedores e molas renovados, para passar a exibir  um desempenho mais refinado, além de uma maior atenção ao conforto — aspecto que, reconheça-se, continua, ainda assim, a não figurar entre as maiores qualidades deste desportivo, e ainda mais quando o piso se degrada, mas, enfim…

Por outro lado e aproveitando igualmente a presença de um diferencial autoblocante de deslizamento limitado, a possibilidade de disfrutar de alguns powerslides mais acentuados, em particular, com o ESP desligado, bastando, para tal, uma acção mais enérgica sobre o acelerador. Principalmente, se a estrada estiver molhada, altura em que o mais aconselhável será mesmo manter o controlo de estabilidade ligado e alguma frieza na condução.

De resto e se essa frieza existir, bastará o aproveitamento das óptimas qualidades da direcção, pesada, com excelente precisão e bom feedback, para, contrabrecando e fazendo uso do acelerador, segurar o 370Z e recolocá-lo no caminho certo. Ainda que o desportivo japonês não seja propriamente suave e progressivo nas suas acções, mas, pelo contrário e invariavelmente, mais para o brusco.

Já com piso seco, a garantia, também graças à eficácia dos bons pneus Pirelli PZero, de que a frente dificilmente perderá o norte, em particular, quando por curvas mais rápidas ou um pouco mais acentuadas. E ainda mais se o piso se mantiver regular, pois, caso contrário, o 370Z poderá sentir-se tentado a descolar ligeiramente do alcatrão – algo que os condutores mais dotados poderão entender como um acréscimo de adrenalina, ainda que a recomendação seja no sentido de, antes de mais, manter o carro controlado…

Porém, com um peso que dificilmente poderá ser considerado “pluma” e uma distribuição de massas de 55:45 – os engenheiros da Nissan entendem ser esta a distribuição ideal, uma vez que, na aceleração à saída da curva, a distribuição de pesos tendo a deslocar-se ligeiramente para trás, ficando nos 50:50 -, em caso de aflição momentânea, a garantia de que o sistema de travagem com discos ventilados nas quatro rodas, à frente de 355 mm, e com pinças de quatro pistões, é mais do que suficiente para imobilizar o carro. Sendo que, a partir daí, é retomar o trajecto correcto, já com as ideias no lugar…

Pontuação – 9 em 10

Motor

/10

Extremamente progressivo, emocionante nos regimes mais altos e desafiador na sonoridade, é caso para dizer que o seis cilindros em V, atmosférico, com 3.696 centímetro cúbicos, 344 cv de potência às 7400 rpm e 371 Nm de binário máximo às 5200 rpm, que equipa o 370Z Nismo, será, muito provavelmente, um dos maiores e mais importantes argumentos deste desportivo japonês da velha escola!

Sem turbocompressores, apoios elétricos ou sistema de modos de condução, o seis cilindros 3,7 litros é um V6 à moda antiga, que exige ser explorado e utilizado nos limites para nos premiar com momentos de maior emoção. No caso da versão Nismo, com mais 18 cv de potência que o Coupé ou o Roadster, ajudado por uma caixa manual de seis velocidades que, rápida e precisa na engrenagem, ajuda a espicaçar, não apenas o propulsor, mas também o próprio condutor!

Dono de uma sonoridade entusiasmante, em particular, já perto do red-line, contribuem igualmente para esses momentos de maior frisson não somente uma aceleração dos 0 aos 100 km/h que se faz em pouco mais de 5 segundos, como também uma velocidade máxima fixada nos 250 km/h.

Podia ser ainda mais explosivo? Podia! Podia ser ainda mais reactivo? Podia! Mas, se calhar, já não seria a mesma coisa…

Pontuação – 9 em 10

Balanço Final

/10

Japonês dos sete costados e um fiel seguidor dos desportivos à antiga, sem turbocompressores, ajudas elétricas ou sistemas de modos de condução, o Nissan 370Z Nismo é proposta para aficionados, eternos apaixonados dos desportivos japoneses, mesmo se já um pouco ultrapassados no Tempo e na Actualidade. A demonstrá-lo, a fraca evolução que representa, ao mesmo tempo que a concorrência não se cansou de evoluir…

Pontuação final – 8 em 10

Concorrentes

Porsche 718 Cayman, 300 cv, 5,1s 0-100 km/h, 275 km/h, 7,4 l/100 km, 168 g/km, 100.455,85 euros

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

BMW M240i Coupé, 250 cv, 4,8s 0-100 km/h, 250 km/h, 7,8 l/100 km, 179 g/km, 66.500,00 euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Mercedes-AMG C 43 4MATIC Coupé, 390 cv, 4,7s 0-100 km/h, 250 km/h, 9,5 l/100 km, 217 g/km, 87.300,00 euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

 

Ficha Técnica

Motor

Tipo: seis cilindros em V, com injecção directa

Cilindrada (cm3): 3.696

Diâmetro x curso (mm): 95,5×86

Taxa compressão: 11:1

Potência máxima (cv/rpm): 344/7.400

Binário máximo (Nm/rpm): 371/5.200

Transmissão e direcção: Traseira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

Suspensão (fr/tr): Forquilha dupla em alumínio; Independente Multi-link com composição em alumínio e aço

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 5,2

Velocidade máxima (km/h): 250

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 15,4/7,8/10,6

Emissões de CO2 (g/km): 248

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,330/1,870/1,315

Distância entre eixos (mm): 2,550

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.555/1.580

Peso (kg): 1.610

Capacidade da bagageira (l): 235

Depósito de combustível (l): 72

Pneus (fr/tr): 245/40 R19 / 285/35 R19

Mais/Menos


Mais

Travagem / Equipamento / Condução perto do red-line

 

 

Menos

Motor pouco explosivo / Interior antiquado / Bagageira

 

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 72000€

Preço da versão base (Euros): 71500€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Embora mantendo aquelas que são as linhas gerais desvendadas em 2013, data da última e verdadeira renovação, é na estética exterior que o agora actualizado Nissan 370Z apresenta as primeiras novidades. A começar pelos puxadores das portas a partir de agora em preto, a mesma cor da máscara dos faróis dianteiros e pára-choques traseiro.

Igual e intocado permanecem, pelo contrário, as características de verdadeiro e intemporal coupé desportivo, a começar no longo capot mergulhante e traseira curta, marcada por uma asa traseira suficientemente discreta e duas volumosas ponteiras de escape, separadas por um difusor e luz de nevoeiro ao centro.

A juntar a estes predicados, além dos emblemas “Z” nos flancos e os apontamentos em vermelho nos pára-choques e saias laterais, umas generosas jantes de 19″ com eficazes pneus Pirelli PZero 245/40 à frente e 275/35 atrás, escondendo, por detrás, pinças de travão vermelhas.

Em suma, um look exterior assumidamente radical e de causar respeito, mas que, ao mesmo tempo, não difere assim tanto do antecessor, além de continuar a ser fortemente oriental. E só por isso a nossa pontuação de…

Pontuação – 7 em 10

Interior

Afirmativo e personalizado no exterior, não escondendo sequer as suas raízes orientais, o Nissan 370Z Nismo reafirma essa característica no interior do habitáculo. Onde, a par de um acesso não muito fácil para condutores mais “veteranos” e já sem a mesma flexibilidade de outros tempos, exibe ainda uma estética algo difícil de assimilar ao início, além de, na nossa singela opinião, algo datada.

A justificar esta impressão, numa época em que a tendência são ambientes limpos e pouco confusos, não tanto um painel de instrumentos que se mantém analógico, com conta-rotações ao centro, e que, a exemplo do que acontece na britânica Mini, surge “colado” à coluna de direcção, mas principalmente devido a uma consola central com um ecrã tátil de 7″, parte do sistema de info-entretenimento NissanConnect Premium, conjugada com uma espécie de teclado e botão rotativo não muito práticos. E a que se juntam ainda os vários botões do sistema de som Bose, assim como os do ar condicionado.

Felizmente, mais funcional, surge a manche da caixa manual de seis velocidades, de pouca altura, ou até mesmo o volante de óptima pega, mas que depois apenas ajusta em altura. Beneficiando, nesse aspecto, de uma excelente bacquet Recaro em couro preto e tecido picotado vermelho, com todas as regulações (manuais) e a encaixar o corpo na perfeição. E a oferecer assim uma posição de condução a roçar a perfeição.

No entanto e num desportivo cuja solidez da construção e a elevada qualidade dos revestimentos não esconde totalmente a incompreensível manutenção de alguns plásticos bem menos convincentes, sobressai igualmente a difícil visibilidade exterior a partir de um habitáculo com apenas dois lugares, e, principalmente, a visibilidade traseira. Esta última, quase inexistente e a agradecer (muito!) a presença de uma câmara traseira.

Finalmente e a reafirma a fidelidade ao classicismo dos desportivos de outrora, não somente a manutenção de pequenos manómetros analógicos como os que surgem no topo e ao centro do tablier, e que mostram a temperatura do motor, o nível de carga da bateria e um relógio , mas também a escassez de espaços de arrumação, e até mesmo a bagageira. A qual pouco mais é que um alçapão não muito fundo, fortemente condicionado nas laterais pelos pilares da suspensão, sem qualquer ponto de luz e com uma capacidade de não mais que 235 litros - menos que num Micra!…

Razões mais do que suficientes para, em nossa opinião, uma pontuação de…

Pontuação – 6 em 10

Equipamento

Edição topo de gama preparada pela Nissan Motosport, hoje em dia mais conhecida pelo acrónimo de Nismo, o Nissan 370Z Nismo é proposto com um equipamento de série muito completo e que pouco ou nada deixa de fora - até para justificar os mais de 70 mil euros que custa!…

Assim, presentes, sem qualquer custo acrescido, estão os faróis Bi-Xénon automáticos e sensores de chuva, luzes diurnas em LED,  as já referidas jantes em liga leve RAYS de 19″ exclusivas desta versão, o kit aerodinâmico também exclusivo, o sistema de navegação GPS NissanConnect Premium 3D com ecrã táctil de 7 polegadas, bancos Recaro com regulação manual, pedais e descanso de pés esquerdo em alumínio, ar condicionado automático e sistema de áudio BOSE.

Já no domínio da segurança, elementos como os airbags frontais, laterais e de cortina, ESP com botão de desativação, assistência ao arranque em subida, Cruise Control com limitador de velocidade, sistema de monitorização da pressão dos pneus, kit de reparação de pneus, encostos de cabeça activos e alarme anti-roubo com imobilizador.

À parte de tudo isto, mas igualmente merecedoras de referência, tecnologias como o sistema de sincronização de rotações, SynchroRev Control, solução única num carro de produção em série que, uma vez accionada através do botão S-Mode junto à caixa, não só supervisiona as rotações e velocidade do 370Z, como ajusta as rotações do motor nas reduções, de forma a que as passagens sejam mais suaves e ultrarrápidas.

Finalmente, também a contribuir para uma mais eficaz gestão da transmissão, uma nova embraiagem, resultante da parceria com a EXEDY, e a prometer, embora apenas e só nas versões de caixa manual, utilização mais fácil do pedal, maior precisão e rapidez na engrenagem das velocidades e, em particular, nas reduções.

Em suma e neste capítulo em concreto, muito para nos entretermos, mesmo num carro que procura replicar a fórmula dos mais puros desportivos…

Pontuação – 8 em 10

Consumos

Especialmente tratando-se de um ensaio a um desportivo “puro & duro”, como é o caso deste Nissan 370Z, consumos são algo que grande parte dos pretendentes à compra de uma unidade poderão ser tentados a desvalorizar; não só porque, tanto nós, como eles, sabemos que a “fórmula mágica” capaz de fazer os automóveis andar sem consumir ainda não foi descoberta, mas também porque, das verdades indesmentíveis, faz igualmente parte a certeza de que o prazer e arrebatamento na condução, (ainda) não rimam com consumos residuais… pelo menos, que nós já tenhamos visto!

Assim e no caso concreto deste “puro sangue” nipónico, equipado com um portentoso V6 de 344 cv, torna-se quase aceitável, à partida, que as passagens pelos postos de abastecimento possam ser muito espaçadas. Com a certeza a surgir através de médias, conseguidas numa utilização real, de 12 l/100 km, e, ainda por cima, com alguma contenção na condução. Fazendo assim com que um generoso depósito de 72 litros dificilmente chegue para 500 quilómetros!

Pontuação – 4 em 10

Ao volante

Impulsionado por um motor que exige ser explorado, o mesmo acontece, de resto, com o Nissan 370Z Nismo, em termos de desempenho dinâmico. Com o modelo japonês a procurar beneficiar da nova geometria da suspensão traseira, além de amortecedores e molas renovados, para passar a exibir  um desempenho mais refinado, além de uma maior atenção ao conforto — aspecto que, reconheça-se, continua, ainda assim, a não figurar entre as maiores qualidades deste desportivo, e ainda mais quando o piso se degrada, mas, enfim…

Por outro lado e aproveitando igualmente a presença de um diferencial autoblocante de deslizamento limitado, a possibilidade de disfrutar de alguns powerslides mais acentuados, em particular, com o ESP desligado, bastando, para tal, uma acção mais enérgica sobre o acelerador. Principalmente, se a estrada estiver molhada, altura em que o mais aconselhável será mesmo manter o controlo de estabilidade ligado e alguma frieza na condução.

De resto e se essa frieza existir, bastará o aproveitamento das óptimas qualidades da direcção, pesada, com excelente precisão e bom feedback, para, contrabrecando e fazendo uso do acelerador, segurar o 370Z e recolocá-lo no caminho certo. Ainda que o desportivo japonês não seja propriamente suave e progressivo nas suas acções, mas, pelo contrário e invariavelmente, mais para o brusco.

Já com piso seco, a garantia, também graças à eficácia dos bons pneus Pirelli PZero, de que a frente dificilmente perderá o norte, em particular, quando por curvas mais rápidas ou um pouco mais acentuadas. E ainda mais se o piso se mantiver regular, pois, caso contrário, o 370Z poderá sentir-se tentado a descolar ligeiramente do alcatrão – algo que os condutores mais dotados poderão entender como um acréscimo de adrenalina, ainda que a recomendação seja no sentido de, antes de mais, manter o carro controlado…

Porém, com um peso que dificilmente poderá ser considerado “pluma” e uma distribuição de massas de 55:45 – os engenheiros da Nissan entendem ser esta a distribuição ideal, uma vez que, na aceleração à saída da curva, a distribuição de pesos tendo a deslocar-se ligeiramente para trás, ficando nos 50:50 -, em caso de aflição momentânea, a garantia de que o sistema de travagem com discos ventilados nas quatro rodas, à frente de 355 mm, e com pinças de quatro pistões, é mais do que suficiente para imobilizar o carro. Sendo que, a partir daí, é retomar o trajecto correcto, já com as ideias no lugar…

Pontuação – 9 em 10

Concorrentes

Porsche 718 Cayman, 300 cv, 5,1s 0-100 km/h, 275 km/h, 7,4 l/100 km, 168 g/km, 100.455,85 euros

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

BMW M240i Coupé, 250 cv, 4,8s 0-100 km/h, 250 km/h, 7,8 l/100 km, 179 g/km, 66.500,00 euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Mercedes-AMG C 43 4MATIC Coupé, 390 cv, 4,7s 0-100 km/h, 250 km/h, 9,5 l/100 km, 217 g/km, 87.300,00 euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

 

Motor

Extremamente progressivo, emocionante nos regimes mais altos e desafiador na sonoridade, é caso para dizer que o seis cilindros em V, atmosférico, com 3.696 centímetro cúbicos, 344 cv de potência às 7400 rpm e 371 Nm de binário máximo às 5200 rpm, que equipa o 370Z Nismo, será, muito provavelmente, um dos maiores e mais importantes argumentos deste desportivo japonês da velha escola!

Sem turbocompressores, apoios elétricos ou sistema de modos de condução, o seis cilindros 3,7 litros é um V6 à moda antiga, que exige ser explorado e utilizado nos limites para nos premiar com momentos de maior emoção. No caso da versão Nismo, com mais 18 cv de potência que o Coupé ou o Roadster, ajudado por uma caixa manual de seis velocidades que, rápida e precisa na engrenagem, ajuda a espicaçar, não apenas o propulsor, mas também o próprio condutor!

Dono de uma sonoridade entusiasmante, em particular, já perto do red-line, contribuem igualmente para esses momentos de maior frisson não somente uma aceleração dos 0 aos 100 km/h que se faz em pouco mais de 5 segundos, como também uma velocidade máxima fixada nos 250 km/h.

Podia ser ainda mais explosivo? Podia! Podia ser ainda mais reactivo? Podia! Mas, se calhar, já não seria a mesma coisa…

Pontuação – 9 em 10

Balanço final

Japonês dos sete costados e um fiel seguidor dos desportivos à antiga, sem turbocompressores, ajudas elétricas ou sistemas de modos de condução, o Nissan 370Z Nismo é proposta para aficionados, eternos apaixonados dos desportivos japoneses, mesmo se já um pouco ultrapassados no Tempo e na Actualidade. A demonstrá-lo, a fraca evolução que representa, ao mesmo tempo que a concorrência não se cansou de evoluir…

Pontuação final – 8 em 10

Mais

Travagem / Equipamento / Condução perto do red-line

 

 

Menos

Motor pouco explosivo / Interior antiquado / Bagageira

 

Ficha técnica

Motor

Tipo: seis cilindros em V, com injecção directa

Cilindrada (cm3): 3.696

Diâmetro x curso (mm): 95,5×86

Taxa compressão: 11:1

Potência máxima (cv/rpm): 344/7.400

Binário máximo (Nm/rpm): 371/5.200

Transmissão e direcção: Traseira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

Suspensão (fr/tr): Forquilha dupla em alumínio; Independente Multi-link com composição em alumínio e aço

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 5,2

Velocidade máxima (km/h): 250

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 15,4/7,8/10,6

Emissões de CO2 (g/km): 248

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,330/1,870/1,315

Distância entre eixos (mm): 2,550

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.555/1.580

Peso (kg): 1.610

Capacidade da bagageira (l): 235

Depósito de combustível (l): 72

Pneus (fr/tr): 245/40 R19 / 285/35 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 72000€
Preço da versão base (Euros): 71500€