Mercedes EQC: controvérsia nos EUA sobre a autonomia
Um dos mais importantes modelos para a Mercedes e para mercados como o norte americano, deu que falar e deixou meio mundo boquiaberto com o EQC, o primeiro veículo elétrico de produção em série da Mercedes. Mas também já teve direito á primeira “bronca”.
Então não é que os alemães, rigorosos como poucos, não conseguiram comunicar, corretamente, aquilo que é mais importante num veículo elétrico, a autonomia! A “bronca” deu-se nos EUA quando os jornalistas americanos olharam para o comunicado de imprensa e leram que, de acordo com os testes EPA, o EQC para os americanos tinha uma autonomia de 200 milhas, qualquer coisa como 322 quilómetros. Imediatamente “desancaram” no carro, mais ainda quando perceberam que para o Velho Continente, a autonomia NEDC é de 450 quilómetros.
Naturalmente que protocolos de homologação diferentes produzem resultados…. diferentes, já que a metodologia é, também ela, diferente. Porém, depois das criticas feitas aos 322 quilómetros de autonomia anunciados os responsáveis pela Mercedes nos EUA “torceram o nariz” e tiveram de retificar o tiro. Segundo a revista Green Car Reports, Michael Minielly, relações pública do departamento de produto e tecnologia da Mercedes North America, veio dizer que “os nossos colegas em Estugarda avisaram-nos que o número preliminar da autonomia do EQC para o mercado norte americano está errado. Por isso, por agora, pedimos a todos que utilizem o valor europeu de 450 quilómetros, segundo o protocolo NEDC.” Ou seja, o EQC ganhou autonomia de um dia para o outro, passando para 279 milhas (aproximadamente).
Onde está o elefante na sala? Bom, o NEDC deixou de ser usar a partir do dia 1 de setembro, entrando para o seu lugar o WLTP e todos acreditamos que o Mercedes EQC não vai conseguir igualar o valor de 450 quilómetros “oficiais” estando mais próximo dos 322 quilómetros aferidos pelo protocolo EPA que, tal como o WLTP, está mais próximo da realidade que o NEDC.
Ora vamos lá a contas. Com homologação pelo protocolo EPA, o Tesla Model X com bateria de 75 kWh tem uma autonomia de 381 quilómetros, mas se tiver a bateria de 100 kWh, a homolohação diz 475 quilómetros. O Audi e-tron, já homologado com o protocolo WLTP, tem como valor alvo os 400 quilómetros. Ora, com uma bateria de 80 kWh, apresentar, apenas, 322 quilómetros seria ficar numa posição risível face aos rivais e, sobretudo, face à Tesla, o grande rival da Mercedes.
Portanto, quando Dieter Zetsche referiu que, finalmente, os automóveis elétricos têm um Mercedes, terá de esperar mais um pouco para que os engenheiros encontrem mais alguns quilómetros de autonomia até ao lançamento do EQC. Mesmo que todos os dados relativos ao modelo não sejam definitivos, convirá ressalvar. É porque assim, os rivais, naquilo que é mais importante, estão todos na frente. Terá a Mercedes se precipitado na ansia de chegar primeiro que a Audi á arena dos SUV elétricos?
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