Renault Captur Exclusive XMOD Energy dCi 110 – Ensaio
Renault Captur Exclusive XMOD Energy dCi 110
Texto: André Duarte ([email protected])
Vocação urbana
O renovado Captur viu a luz do dia no último Salão de Genebra. Um modelo que tem tido grande aceitação no mercado, sendo uma das referências no segmento B-SUV. Fomos conhecê-lo na versão XMOD com motor 1.5 dCi…
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Exterior
No exterior sobressai a altura ao solo a que as formas, de tendência elevada, ajudam a realçar, com um modelo de ‘aspeto subido’. Na frente destaque para o logo da marca de proporções de generosas e a grelha que conta com um distintivo friso cromado, a par dos faróis dianteiros full LED Pure Vision. A parte inferior do pára-choques e a traseira incorporam a assinatura luminosa LED da marca, em forma de C.
No exterior destaque também para as proteções dos pára-choques dianteiro e traseiro, assim como para os plásticos na zona inferior nas laterais, que, no conjunto, lhe atribuem um cunho aventureiro e reforçam a imagem de SUV.
Outro dos destaques são as bonitas jantes assim como a pintura bi-tom, em que a cor do tejadilho e retrovisores contrasta com a da carroçaria, produzindo um belo efeito visual, a que os frisos cromados também ajudam – há mais de 30 combinações possíveis e 5 packs exteriores: Branco Marfim, Azul Ocean, Cappuccino, Vermelho e Laranja Atacama para os centros das rodas e frisos dos painéis das portas.
No geral, estamos perante um modelo que tem uma estética diferenciadora, que faz com que, ao circulamos no dia a dia, o consigamos reconhecer de imediato: “Vai ali um Captur”. É um modelo com detalhes exteriores que agradam e proporções que fazem dele uma opção para o quotidiano.
Interior
No interior é um modelo cumpre. Em termos de espaço circula-se melhor atrás que à frente, fruto de um tablier algo expressivo. Os bancos são confortáveis e mesmo no lugar central traseiro permitem uma boa viagem. Podemos circular com cinco ocupantes, ainda que naturalmente o do lugar do meio seja ligeiramente penalizado, mas não muito. O espaço para a cabeça é também bom. Os bancos rebatem na proporção 60:40 e transformam os 377 a 455 litros de bagageira (variáveis devido ao fundo com dois níveis, que facilita a colocação de bagagem) em 1235 litros.
Os locais de arrumação nas portas são pequenos e com uma fisionomia pouco prática para a colocação de objetos. Cenário diferente é o vivido na consola central, permitindo-nos colocar desde carteira e telemóvel a copos devidamente. O interior cumpre o propósito, e apesar de não primar por uma estética deslumbrante, os frisos cromados que percorrem e contornam volante, painel de instrumentos, tablier, ecrã de 7”, seletor e que também dão tonalidade aos puxadores nas portas, agradam ao olhar. Os pedais e o punho do seletor em alumínio são detalhes de nota nesta versão.
No geral é um modelo simples talhado para uma utilização diária, sem grandes adornos estéticos. Há ainda 6 packs de personalização interior com cores variadas: Branco Marfim, Azul Ocean, Caramelo, Vermelho, Cromado Acetinado e Cromado Patiné.
Em termos de conectividade e infoentretenimento a versão XMOD conta com o Renault R-LINK Evolution. Este incorpora um sistema multimédia com base num tablet integrado personalizável, com um ecrã de 7 polegadas, que integra as funções de Navegação TomTom (complementada por informações de trânsito em tempo real), função Bluetooth e 3G, reconhecimento de voz, visualização de fotografias ou vídeos (com o automóvel parado).
Funcionalidades que são acrescentadas ao Media Nav Evolution, proposta para a entrada de gama, que conta com navegação com visualização das imagens da câmara de marcha atrás e função Driving Eco2, que fornece ao condutor informações sobre o seu tipo de condução e conselhos para otimizar o consumo. O sistema é compatível com Android Auto e Apple CarPlay.
No geral, a instrumentação digital não é das mais sugestivas, tanto em termos estéticos, como em definição de imagem e manuseamento, com um ecrã pouco sensível ao toque. Algo que para um modelo que orça aos 25.000€ já seria exigível.
Sistemas de Assistência à Condução e Segurança
Mediante as versões, pode-se contar como propostas de topo com o alerta de ângulo morto,; sensor dianteiro, câmara de marcha-atrás e sistema de estacionamento mãos livres.
No caso da presente versão, XMOD, o Renault Captur surge desde logo com faróis full LED Pure Vision; faróis de nevoeiro com assistência à iluminação em curva; sistema de assistência à travagem de urgência; sensores de estacionamento, de luz e de chuva; retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente; retrovisor central eletrocromático; grip control; modo Eco e cruise control. A par disto, incorpora também comandos rádio no volante, kit de telefone “mãos livres”, kit de reparação de pneus, desembaciador do óculo traseiro, ar condicionado automático, iluminação ambiente em LED e apoio central de braço.
Ao volante
Ao volante é um modelo que cumpre. Nem mais nem menos. Sente-se a posição de condução elevada e goza-se de boa visibilidade. No entanto, o banco do condutor – e passageiro – é ligeiramente inclinado, em demasia, na zona da dobra dos joelhos. Para pessoas de baixa estatura este detalhe pode fazer com que se percam alguns minutos até se encontrar a posição de condução ideal. Por outro lado, a localização do apoio de braços, unido ao banco do condutor, cria algum conflito com o nosso cotovelo, revelando-se desconfortável em movimentos como o de puxar o travão de mão.
Já em condução temos um modelo com motor diesel 1.5 e 110 cv, gerido entre os modos Eco e Normal. Apesar de a diferença entre ambos não ser muito significativa, é o suficiente para sentirmos que o ideal para fazer mover o conjunto é a potência proporcionada pelo modo Normal.
O motor é um dos grandes destaques desta proposta, com os 110 cv e um binário de 260 Nm a partir das 1750 rpm a entregar-nos em mãos uma potência que lida na perfeição com a estrutura do conjunto. A direção poderia ser um pouco mais intuitiva e os travões (tambor atrás) por vezes não oferecem a eficácia desejada. Já a suspensão lida bem com as ‘estradas nacionais’ e não se revela desconfortável no corpo. No conjunto, é uma proposta equilibrada e que agrada numa utilização diária
Na presente versão, XMOD, contamos também com Grip Control, um sistema de controlo de tração que aumenta a aderência em condições de circulação mais difíceis. Através de um stick rotativo junto do seletor podemos selecionar os modos Estrada, Expert e Fora de Estrada.
O modo Estrada está talhado para o asfalto, seco ou molhado, garantindo uma configuração de tração convencional controlada pelo ESC/ASR. Este modo ativa-se automaticamente acima dos 40 km/h.
O modo Fora de Estrada, como o próprio nome indica, é direcionado para situações de estradas com gravilha, pedras soltas, lama, folhas ou neve fresca. Nesta configuração, o sistema controla as rodas, em vez do condutor. Neste modo, o binário do motor e a distribuição da força de travagem são modificados automaticamente, para permitir maior rotação das rodas dianteiras.
Por último, no modo Expert o condutor fica com total controlo da gestão do binário produzido pelo motor. Este modo permite ajustar a aceleração do carro e o controlo da rotação das rodas dianteiras é feito automaticamente através do sistema de travagem.
No conjunto, estas são opções que estimulam a condução e nos levam a experimentar registos diferentes do habitual, como o fora de estrada, de modo a percebermos a diferença na resposta e comportamento do Captur em diferentes ambientes. Claro que não estamos a falar aqui de um carro puro para o todo o terreno, mas sim, de um modelo que oferece interessantes opções para ‘apimentar’ a experiência ao volante. No fundo, ‘mimos’ para um condutor que, por princípio, utilizará o Captur maioritariamente na selva urbana.
Consumos
O Renault Captur com motor 1.5 dCi de 110 cv revela-se económico, com uma condução tranquila e dentro da legalidade a permitir registos na casa dos 5l, um ponto sempre importante independentemente da utilização.
Motorizações e versões disponíveis
A diesel o Renault Captur conta com o motor dCi 90, disponível com caixa manual ou caixa automática, e dCi 110, apenas com caixa manual de seis velocidades. Já a gasolina estão disponíveis o Energy TCe 90 com caixa manual e TCe 120 com caixa manual ou automática. Em ambos os casos as versões dividem-se entre Zen, Exclusive, XMOD e Initiale Paris.
Equipamento Opcional
Entre os opcionais destaque para: teto em vidro fixo (600€); sistema de aquecimento dos bancos dianteiros (200€); sistema de ajuda ao estacionamento dianteiro e traseiro (350 €); Pack Easy Parking (650€); estofos em couro (1100 €);
pneu sobressalente (70€).
Concorrentes
Entre os concorrentes há a considerar, por exemplo, o Citroën C3 Aircross BlueHDi Feel 1.6 com 120 cv e caixa manual de 6 velocidades por 22.406€; Mazda CX-3 Excellence SKYACTIV 1.5 com 105 CV e caixa manual de 6 velocidades por 26.185€; Opel Mokka X 1.6 Ecotec D com 136 cv e caixa manual de 6 velocidades por 28.510€; Peugeot 2008 Allure 1.6 BlueHDi com 120 cv e caixa manual de 6 velocidades por 28.510€. No global, o Captur é uma proposta que surge com um preço abaixo da maioria dos concorrentes.
Conheça todas as versões e motorizações: Citroën C3 Aircross; Mazda CX-3; Opel Mokka X; Peugeot 2008.
Veja os ensaios: Mazda CX-3, Opel Mokka X, Peugeot 2008
Balanço Final
O Captur alia uma estética que se diferencia no quotidiano, a um interior, ainda que não deslumbrante, que cumpre os desígnios para uma utilização diária. O motor é um dos pontos fortes, proporcionando uma entrega de potência que lida na perfeição com as necessidades do conjunto e apresenta consumos económicos. No global, é uma proposta equilibrada e racional com a vantagem de ter um preço abaixo da maioria dos principais concorrentes.
Mais: Motor / Imagem / Consumos
Menos: Travões / Posição de Condução / Instrumentação Digital Pouco Intuitiva
FICHA TÉCNICA
Motor
Tipo – Gasóleo, 4 cil. em linha, injeção direta, turbo de geometria variável, intercooler
Cilindrada (cm3) – 1461
Diâmetro x curso (mm) – 76,0 x 80,5
Taxa de compressão – 16,0:1
Potência máxima (cv/rpm) – 110/4000
Binário máximo (Nm/rpm) – 260/1750
Transmissão, direcção, suspensão e travões
Transmissão e direcção – dianteira, transmissão manual de 6 velocidades; por cremalheira – elétrica
Suspensão (fr/tr) – Tipo McPherson com molas helicoidais e Eixo de Torção com molas helicoidais
Travões (fr/tr) – Discos ventilados/Tambor
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s) – 11,4s
Velocidade máxima (km/h) – 180 km/h
Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) – 3,7/4,1/3,9
Emissões de CO2 (g/km) – 101
Dimensões e pesos
Comp./largura/altura (mm) – 4122/1778/1556
Distância entre eixos (mm) – 2606
Largura de vias (fr/tr) (mm) – 1531/1516
Peso (kg) – 1280
Capacidade da bagageira (l) – 377 a 455 (fundo duplo) – 1235 (c/ bancos rebatidos)
Capacidade do depósito (l) – 45
Pneus (fr/tr) – 205/55 R17
Preço versão ensaiada (€): 25 900
Preços
Preço da versão ensaiada (Euros): 25900€
Preço da versão base (Euros): €
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