Construtores europeus dão nova vida ao mercado das pickups
Analisando os veículos que os europeus guiam, pickups deviam ser consideradas desadequadas para os vários mercados do Velho Continente, são muito grandes, “feias” e consomem demasiado combustível. Por que razão estão a ser promovidas por alguns dos principais construtores?
Renault, Fiat, Mercedes, e eventualmente o Grupo PSA, já lançaram ou irão lançar pickups de tamanho médio para rivalizar com a Ford, líder do mercado.
O mercado europeu de pickups é relativamente pequeno. Na primeira metade de 2017 foram vendidas 80.300 unidades na Europa, um terço foram parar às mãos de consumidores do Reino Unido, o maior mercado de pickups da região, de acordo com informação da JATO Dynamics. Na Alemanha venderam-se pouco mais de 10.000, e no terceiro maior mercado, França, foram comercializadas 9.450.
Estes números parecem ser insignificantes quando comparados com a realidade norte-americana. Nos EUA, durante os primeiros 6 meses do ano, venderam-se 1,1 milhões de pickups de tamanho grande e 216.194 de tamanho médio, segundo dados da Automotive News.
No entanto, o mercado europeu está a crescer. Na primeira metade do ano, as vendas de pickups de tamanho médio subiram 19%, em 2018 espera-se que o segmento passe, pela primeira vez, as 200.000 unidades vendidas, mais do dobro do volume de 2012.
O aumento de vendas deve-se, em parte, ao surgimento de novos modelos, afirmou o gestor da Ford UK, Andy Barratt, em declarações ao Automotive News Europe. “Quando há mais competição, o mercado cresce. As vendas ainda vão aumentar.”
Segundo Anton Lysyy, gestor de produto da Renault, “muitos consumidores não estão a par da existência de pickups. Quando uma grande marca como a Renault entra no mercado, as pessoas começam a reparar neste tipo de veículos.
Capacidade de reboque e equipamento
Na Europa, pickups são normalmente adquiridas por razões profissionais, mas os consumidores começam agora a encará-las como veículos de recreio.
“Assistimos a uma mudança no mercado,” disse Lysyy. “Uma das razões está relacionada com a utilidade. Antigamente, pessoas utilizavam grandes SUVs para rebocar barcos ou cavalos em atrelados. Agora, com tantas regulações e pressão para se adoptar pequenos motores com caixa automática, SUVs deixaram de ser práticos para rebocar cargas pesadas. Pessoas que apreciam este tipo de passatempos precisam de uma pickup.”
É cada vez mais difícil encontrar alternativas. Quando a Land Rover descontinuou o Defender no ano passado, as vendas da Ford Ranger dispararam no Reino Unido, pois era a única alternativa viável (uma pickup de cabine dupla com capacidade todo-o-terreno).
Analisando as pickups mais vendidas, verifica-se uma maior procura pelos modelos mais refinados. Opções, como hardtops, são uma fonte de receita muito valiosa para os construtores cujos veículos comerciais são normalmente muito frugais. “Esperamos que o nível de equipamento seja uma parte muito importante da estratégia,” afirmou Lysyy.
As pickups podem ser baseadas em carroçarias e chassis muito simples, mas as cabines integram um elevado nível de equipamento e a mais recente tecnologia.
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