Ensaio: Volvo V60 Polestar

By on 21 Maio, 2017

Volvo V60 Polestar

Pai Natal sueco

Uma proposta muito exclusiva da Volvo, ou por outras palavras, o mais potente quatro cilindros e dois litros de sempre…

Sabia que esta edição limitada da Volvo faz com que seja tão provável encontrar numa qualquer rua da Europa um La Ferrari ou um Volvo V60 Polestar? É verdade, mas desde que não ande por Maranello… A Volvo e a Polestar – basicamente a AMG dos suecos – desenvolveram os carros mais rápidos que alguma vez fizeram, o Volvo S60 Polestar e a V60 Polestar deste ensaio. E numa altura em que ainda faltavam muitas prendas de Natal, os 367 cv deram um jeito imenso. É que tudo se resolveu num instantinho. Não foi fácil entre tanto português que deixou as compras para a última da hora, mas deu um certo jeito que a V60 precise apenas de 4.8s para chegar dos zero aos 100. A velocidade máxima está limitada a 250 Km/, mas para ser sincero, não tive tempo de ir aquelas auto estradas sem limite de velocidade da Alemanha. Fiquei por cá, e acredito na Volvo!

Mas afinal o que fizeram a Volvo e a Polestar com esta V60? ‘agarraram’ na V60 original, esqueceram por completo os antigos e brutais 3.0 litros turbo de seis cilindros em linha e juntaram um turbo maior ao motor de 4 cilindros e 1969 cc conseguindo com isso uma potência de 367 cv às 6000 rpm. Mais leve e bem mais potente! Para além do turbo, desenharam novos êmbolos, bomba de óleo, cambota, filtro de ar, nova e maior entrada de ar, aumentaram a pressão do turbo para 2.0 bar e com isso tudo chegaram à brutal potência da V60, 367 cv. Muitas das peças do motor são partilhadas com os carros do WTCC. A par dos 470 Nm de binário que se sentem verdadeiramente apenas acima das 3000 rpm, mas na verdade a sua ‘melhor’ faixa é entre as 3100 e 5100 rpm, aí é que deu para passar à frente de uma ‘data’ de filas de trânsito para os hiper-mercados do Pai Natal, até porque o sistema de quatro rodas motrizes BorgWarner com calibração Polestar para permitir a passagem de mais binário às rodas traseiras, ‘ajudadas’ também pelo sistema de calibração Polestar para um maior controlo de estabilidade ajudam e muito aos devaneios do condutor, na sua ânsia de não falhar nenhuma prenda. Apesar do peso de todo o conjunto, é preciso provocar mesmo muito a V60 para que se sinta algum fraquejar, mas o chassis aguenta mesmo muito. O carro é bastante bem equilibrado e os amortecedores ajustáveis Polestar Öhlins ajudam bastante a todo o equilíbrio do conjunto. É claro que não estamos a falar de um C63 AMG ou um M3, mas estamos a falar de prestações e comportamento globais muito interessantes, para além de que os consumos não são nada de verdadeiramente exorbitante.

PESADÃO

O peso do conjunto ronda os 1800kg com o condutor, e não á fácil lidar com todo este peso na fase inicial de aceleração, mas quando o motor chega às 30000 rpm já se suspira de alívio e a caixa de velocidades ajuda muito pois é muito interessante de usar e até dá ‘aquele’ ligeiro ‘empurrão’ a cada passagem para cima, isto com uma correspondente resposta da música que se houve do escape. As patilhas no volante são muito melhores que as da minha Playstation e se quisermos deixar a caixa puramente em modo automático, nada a dizer, depressa aprendemos como, como o pé se agiliza todo o processo.

Para um carro deste nível de potência, esperava-se um nível de som diferente, mas a verdade é que não nos podemos esquecer que este é apenas um quatro cilindros e nesse aspeto não há milagres. Mas experimentem levar o motor acima da 6000 rpm, que lhes garanto que terão um sorriso de orelha a orelha.

TRAÇÃO ‘QUASE’ TOTAL

O carro guia-se bastante bem, é rápido, os sistemas de segurança mantêm sempre a V60 bem equilibrada, para se sentir onde pode estar o limite da aderência, em piso seco é preciso provocar mesmo muito o carro, o sistema de amortecimento é mesmo muito bom, e na tração só há um detalhe importante, é que o sistema de quatro rodas motrizes só tem uma repartição de 50/50 caso desliguemos o ESC, porque até lá é uma claro tração à frente, portanto com a V60 nunca sentirá aquele ‘empurrão’ de traseira. Não há volta a dar, o conjunto é bem pesado e por isso não é nada fácil extrair aquele gozo de conduzir um carro potente e leve, isso nunca terá com esta V60 Polestar, mas por outro lado neste caso tem a oportunidade de transportar quatro ou cinco pessoas de forma confortável e ainda assim, nem que seja por alguns momentos, dar-lhes alguma adrenalina no passeio. Em resumo, a condução nunca chega a ser impressionante, mas devolve suficiente prazer para se tornar muito divertida.

Bom, mas não há bela sem senão, o carro é caro, mas convém não esquecer a sua exclusividade, e isso paga-se. Aproveite para espreitar em 2017 os Volvo S60 Polestar TC1 do WTCC, pois apesar da marca sueca ter regressado à pouco tempo aos turismos, já ganha corridas. E pense que este carro usa o mesmo chassis, motor e filosofia por detrás do desenvolvimento.

MAIS

Motor/exclusividade/dinâmica

MENOS

Direção muito pesada/peso do conjunto

Ficha Técnica

Motor dianteiro transversal

4 Cilindros em linha, gasolina

4 válvulas por cilindro. Injeção directa. Turbo.

Cilindrada: 1969cc

Potência 367 cv/6000 rpm

Binário 470 Nm 3100/5100 rpm

Transmissão Total, Cx. automática, 8 velocidades

Vel. max. 250 km/h

Aceleração 0-100 km/h          4,78

Peso 1796 kg

Depósito 68 Litros

Mala 430 litros

Suspensão

Tipo McPherson à frente

eixo de torção atrás

Travões DV/DV

Consumos (anunciado) 8,1 l/100 km

Consumo AutoSport 9,5l/100 Km

Capacidade deposito – 68 litros

Emissões C02 186 g/Km