Ensaio: BMW i3 94Ah
Um elétrico pode ser olhado com bons, maus e quaisquer outro tipo de olhos. Mas este i3 irá fazer mudar de ideias até mesmo os mais céticos.
As mentalidades de hoje ainda são muito propulsionadas por gasolina e diesel e, mais recentemente, por gás. A eletricidade é muito útil no dia a dia, mas quando o assunto são automóveis o caso nem sempre é analisado com as melhores apreciações. Mas o mundo dos automóveis 100% elétricos está paulatinamente a mudar e a sua aceitação segue igual tendência. No presente caso, o contacto deixou-nos rendidos à tecnologia.
Rendidos à evidência
O BMW i3 é um carro que marca ao passar, sendo alvo de muitos olhares. A isso devem-se as linhas modernas e futuristas da carroçaria que se estendem ao interior. O habitáculo é minimalista, espaçoso, causando um contraste visual face os carros convencionais a que estamos habituados, com tabliers muito mais cheios para oferecerem… o mesmo. A consola central é um tablet que nos disponibiliza uma gama de informações completa – navegação; informações sobre o veículo; rádio; multimédia. O tablier parece uma peça de design, estudada ao pormenor.
Os pilares A são de dimensões reduzidas e o vidro é bastante amplo, aparentando proporcionar uma visibilidade superior à normal. O espaço nos lugares da frente para as pernas é grande, estando munido de vários pontos de arrumação e o acesso à traseira é facilitado pelas portas de abertura inversa. O volante é simples e elegante. Se o agrado já é por demais evidente, aumenta com o sentar. Os bancos transmitem a sensação de estarmos num sofá largo e confortável. A posição de condução é assim um regalo.
Da teoria à prática
Premindo o botão Start ligamos o veículo que causa uma estranheza inicial no arranque, fruto da natural falta de barulho. Andar sem um acompanhamento sonoro faz-nos parecer que arrancamos e deixamos algo para trás ou que o fizemos mais depressa que a velocidade do som. Não é o caso, é simplesmente elétrico. A condução faz-nos esquecer que estamos ao volante de um elétrico. Se precisamos de motor, leia-se, bateria, ela está lá e a resposta a um pisar mais vigoroso é imediata, chegando a colar-nos ao banco – 0 aos 100 km/h em 7,3s.
A nova bateria de 94Ah garante mais 70 km em relação à anterior de 60Ah. Em menos de oito horas podemos carregá-la em 80% numa tomada doméstica; menos de três horas se adquirirmos as Wallbox normal ou Pro – tomada para uso doméstico igual à dos postos de carregamento; carregamento de 7,4 kW com um cabo monofásico e de 11 kW com um trifásico. Com carga total os três modos de condução disponibilizam-nos: Ecro Pro + (200 km) limitado a 90 km/h, sistema otimizado e sem climatização.; Eco Pro (191 km) limitado a 130 km/h; Comfort (186 km) sem limite de velocidade.
Nos modos com velocidade limitada é interessante perceber-se que quando chegamos ao limite, 90 ou 130 km/h, há um ‘bloqueio de potência’, impedindo-nos de superar esses valores, porém, se pressionarmos com firmeza o pedal do acelerador o i3 lê-nos a intenção e permite-nos fazê-lo, com um piscar de alerta nos manómetros.
Surpresa causou a desaceleração com o sistema ‘One-Pedal-Feeling’. Sempre que levantamos o pé do acelerador, a bateria entra em modo de carga e atua como travão: o i3 perde de imediato velocidade e chega a pontos de se imobilizar, mesmo em plano inclinado. Sem serem necessários muitos quilómetros, rapidamente apreendemos este modo de funcionamento e esta ação dispensa-nos do uso do travão na maioria das situações. Uma experiência i3 que nos provou que o futuro está mais perto do que imaginamos.
Mais: Design; Espaço; Prazer de condução
Menos: Autonomia
Ficha técnica
Motor traseiro transversal com corrente contínua e uma bateria central com acumulador de iões de lítio
Potência 170 cv/125 kW
Binário 380 Nm/a partir do arranque
Transmissão traseira, caixa auto.
Suspensão tipo McPherson com molas helicoidais à frente e eixo de torção com molas helicoidais atrás
Travagem DV/D
Peso 1320 kg
Mala 260l
Depósito 27
Vel. Máx. 150 km/h
Consumo médio 0l/km
Emissões de CO2 0l/km
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