Ensaio: Renault Megane Sport Tourer GT dCi 165
Um produto que seduz o olhar, revestido de uma tonalidade azul a acentuar as prolongadas linhas que fluem na carroçaria e lhe atribuem personalidade. Um familiar com muito que se lhe diga…
O conceito de diesel desportivo dá sempre que pensar. Se colocarmos na equação mais uma variável, e ela for uma carrinha, o caso ainda pode parecer mais estranho. A Renault fez isso e o resultado é a Renault Megane Sport Tourer GT dCi 165. Uma carrinha familiar com cunho desportivo e motor diesel.
“Olá” convidativo
A receção não deixa ninguém indiferente. O exterior recebe-nos com uma grelha dianteira específica, jantes de 18” e assinaturas GT, Renault Sport e 4Control em diferentes pontos da carroçaria – partilhando o pacote estético com a versão a gasolina de 205 cv. Ao aproximarmo-nos, de chave no bolso, a Renault reage de imediato, destrancando-se de forma autónoma e automática e com um aceno de luzes para o condutor. Este ‘welcome’ continua com o abrir de porta, em que um sonoro pulsar, ‘boom boom, boom boom’, quase cardíaco, proveniente das colunas nos indica que a consola central está apta para nos satisfazer as necessidades.
O habitáculo está embebido de carácter desportivo: volante desportivo em couro com sigla GT; bancos revestidos em couro alcantara estilo bacquet, com os apoios de cabeça e assinatura Renault Sport; patilhas de volante, detalhes cromados e pedais em alumínio. A cor azul da carroçaria estende-se também ao interior, através dos pespontos azuis que ornam com sentida descrição vários pontos do habitáculo. As portas têm uma faixa luminosa em igual cor a compor o interior.
Da tranquilidade ao clima GT
Em estrada a Renault revela-se um bom aliado e uma opção válida para quem queira um familiar que ao mesmo tempo ofereça sensações desportivas. A posição de condução alude a um clima desportivo, apenas os bancos requerem alguma habituação devido ao apoio lombar.
Se com as passagens de caixa em modo auto por vezes fica a sensação de que a resposta do motor é um pouco aquém da desejada, a realidade transfigura-se quando passamos o seletor para o M (Manual) e assumimos a troca de relações através das patilhas de volante, em simultâneo com a alteração do perfil de condução – Neutral; Comfort; Sport; e Perso.; com os manómetros digitais a mudarem entre o branco, o azul e vermelho, respetivamente – no botão R.S. Drive na consola central para Sport.
Os 165 cv deste produto, oriundo da Renault Sport, com velocidade máxima de 214 km/h e 8,9s num registo dos 0 aos 100 km/, permitem assim brincar em família aos GT, com a Renault a mover-se em bloco, curva após curva, sendo fácil o seu posicionamento onde queremos, para o que contribuem as suspensões específicas. Um comportamento e reações que nos fazem esquecer as suas dimensões. A segurança é-nos garantida pela notável capacidade de travagem. A atuação do sistema 4 Control é bem percetível e ameniza o chiar dos pneus em momentos de euforia, ajudando subtilmente a traseira a fluir. Os consumos, se formos calmos e cumpridores, são de 5,8 litros e 6,3 litros se tivermos uma vocação mais GT ao volante. Entre as ajudas à condução, destaque para o sistema de travagem ativo de emergência e de distância de segurança. Tudo por um preço de 36.300€ que dá que pensar.
Mais: Performance; Design; Espaço
Menos: Posição elevada das patilhas de volante; Apoio lombar do banco do condutor;
Ficha técnica
Motor 4 cil. Em linha, diesel, injeção direta, turbo de geometria variável 1598 cc
Potência 165 cv/4000 rpm
Binário 380 Nm/1750 rpm
Transmissão dianteira, caixa auto de 6 vel.
Suspensão tipo McPherson com molas helicoidais à frente e eixo de torção com molas helicoidais atrás
Travagem DV/D
Peso 1591 kg
Mala 521l
Depósito 47l
Vel. Máx. 214 km/h
Aceleração 0 aos 100 km/h 8,9s
Consumo médio 4,7 l/100 km
Consumo médio AutoSport 5,8 l/100 km
Emissões CO2 124 g/km
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