Ensaio: Abarth 595 1.4 T-JET 180CV COMPETIZIONE

By on 7 Novembro, 2016

Parece estar trânsito também no Kartódromo de Bombarral! Quatro Abarth’s alinhados – um amarelo, um vermelho, um preto e um cinza rato – esperam impacientes por ação. Motores vivos, ainda a ’ronronar’, mas como que a dizer “estamos prontos para gritar!” Ora, não sejamos desmancha-prazeres! Se os ‘rapazes’ querem ação, quem somos nós para negá-la?! Mas antes, vale a pena sentir o ‘palpitar’ destes Abarth, primeiro, por fora… Se há marca que sabe confecionar ‘ementas gourmet’, tirando partido dos riquíssimos ingredientes que utiliza, é a Abarth. Pormenores estéticos que bebem inspiração aos genes desportivos criados por Carlo Abarth combinados com uma estética de linhas agressivas mas estilizadas, casam na perfeição e fazem dos 595 um raro exercício de beleza, a que é difícil ficar indiferente.

Nesta última encarnação, a frente redesenhada com entradas de ar de maiores dimensões (com melhorias de 18% ao nível do arrefecimento), os novos faróis dianteiros de halogénio poli-elípticos (com xénon opcional), o extrator traseiro mais pronunciado para melhor gestão do fluxo aerodinâmico, as jantes de liga leve redesenhadas, com um decréscimo de peso de 7% e com mais 52% de superfície de arrefecimento (nas versões Turismo e Competizione) são o que salta de imediato à vista. Mas, no habitáculo, os novos revestimentos em alcântara e fibra de carbono, a consola central em carbono e também o novo painel de instrumentos TFT 7” com a função ‘Sport’ sempre à mão, aquecem definitivamente o ambiente e fazem o coração começar a bater mais depressa. Chega de suspense! Vamos para a pista, descobrir afinal que tipo de veneno têm estes escorpiões…

COMPETIZIONE A ESCOLHA MAIS EQUILIBRADA!

595, 595 Turismo C (Cabrio) e 595 Competizione são três formas diferentes de interpretar uma pista, mas também e como, logo se percebe, o dia-a-dia. Todos se servem do mesmo motor 1.4 T-Jet, mas as potências disparadas às 5.500 rpm são marcadamente diferentes, o que tem naturalmente influência decisiva na forma como cada versão explora a relação peso-potência. Na base da pirâmide Abarth, o 595 ‘convencional’ tem para oferta 145 cv e 206 Nm de binário, valores que, sem surpresa, não são especialmente expressivos quando comparados com os 165 cv e 230 N.m. da versão Turismo e, ainda menos, com os 180 cv e 250 N.m. da ainda mais ‘quente’ versão Competizione! Mas, mais do que forças diferentes a colar ao banco, é a forma como cada uma das versões do 595 consegue relacionar-se com o asfalto que estabelece as diferenças. Muita potência sem motricidade de nada serve e nesse capítulo o 595 perde claramente face aos seus irmãos gémeos falsos já que apresenta suspensões mais macias e pior rigidez torsional, o que antecipa a subviragem e o torna, definitivamente, menos interessante de guiar. Já a versão Turismo, com caixa sequencial (relativamente rápida) de patilhas no volante, com TTC (Controlo de Transferência de Binário) e dotada de amortecedores traseiros Koni FDS e modo “Sport” avançado é bastante mais eficiente, na forma como explora os limites de cada curva, seja ela lenta ou rápida. Os discos de travão perfurados (com pinças pintadas de preto), diminuem a distância de travagem, mas continua a faltar um elemento mágico que faz toda a diferença! É o autoblocante mecânico, já disponível na versão Competizione (como opcional) e que ajuda a puxar o carro para a frente quando uma das rodas traseiras perde o contacto com o solo. Se em seco, este artefacto mecânico faz toda a diferença no cronómetro, quando somos bafejados por uma valente carga de água, a sua importância torna-se vítal. A roda interior em desapoio deixa de rodar em seco e automaticamente a transferência de potência é feita de forma mais homogénea e eficiente. Se ao autoblocante juntarmos os amortecedores Koni FSD também atrás e os travões da frente perfurados mas de dimensão superior (305 mm contra 284 mm no Turismo), rapidamente se percebe de que lado ficam as emoções mais fortes, quase nem sendo preciso adicionar o fantástico escape Monza, as jantes 17 Essesse, as Bacquets by Sabelt em pele e o volante desportivo em alcântara com inserções em carbono com que só o Competizione é capaz de brindar o ‘piloto’ (ainda que com um preço inflacionado de 2000 € ou seja, 29 000 contra 31 000 €).

Ficha Técnica

Motor: 4 Cil. Linha, Gasolina, Injeção direta, Turbo, Intercooler, 1368 cm3, Potência: 179 cv /5500 rpm; Binário 250 Nm/3000 rpm; Transmissão Dianteira; Cx. Manual, 5 velocidades, Suspensão Dianteira Tipo McPherson, Eixo de torção atrás; Travões: DV/D; Relação peso/potência, 5,9 kg/cv; Velocidade máxima 225 km/h; Aceleração 0-100 km/h 6,7s; Consumo médio 6,0 l/100 km; Emissões de CO2 139 gr/km; Peso: 1145 kg; Depósito: 35 litros; Mala: 185 litros

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