ENSAIO: CITROËN C4 CACTUS RIP CURL 1.2 PURE TECH

By on 2 Novembro, 2016

A série especial Rip Curl do C4 Cactus permite ao seu condutor explorar novos caminhos, com a introdução no compacto modelo francês do sistema Control Grip, que não transforma o Cactus num TT, mas em alguns casos é uma alternativa apropriada para pessoas aventureiras

Existem certos parâmetros que se tornam quase obrigatórios para tornar um carro eficiente para uso normal. Mas a busca pelo eficiente muitas vezes dá origem a carros descaracterizados, obrigando os designers a trabalhar no visual de elementos como os faróis e para-choques para dar alguma identidade a um automóvel. A Citroën achou que apenas ‘eficiência’ não é suficiente para chamar a atenção dos condutores, quando apresentou o C4 Cactus, um modelo de aparência semelhante a um SUV crossover, mas com uma estrutura bem mais leve que o habitual para um veículo deste tamanho e um habitáculo que surpreende pelo espaço disponível para os ocupantes. Agora, a marca francesa vai mais além, criando uma versão especial criada em associação com a marca de equipamento de surf Rip Curl, que também dá o nome ao automóvel.

E como o surf se faz na praia, esta série especial recebe o controlo de tração Grip Control, regulável pelo condutor. Embora o visual do C4 Cactus já seja suficientemente distinto de uma berlina familiar com as suas dimensões, a Citroën tornou a versão Rip Curl ainda mais exclusiva, com decorações específicas com o logótipo da marca australiana, novos elementos decorativos na carroçaria, para-choques e barras no tejadilho e pneus próprios fornecidos pela Goodyear, enquanto, no interior, há também elementos decorativos exclusivos.

Mas é no chassis que está a principal mudança, com a introdução do Grip Control. Com este sistema, o condutor pode escolher entre cinco modos de utilização, Standard (normal), areia, TT, neve e ESP Off. Embora não transforme o Cactus num automóvel para todo o tipo de caminhos, ajuda a safar o carro em algumas situações onde não seria possível um automóvel normal passar. Se o Grip Control é uma ajuda em circunstâncias extraordinárias, o C4 Cactus já não é tão impressionante em estrada aberta, graças a um chassis que foi pensado essencialmente para garantir maior conforto para o habitáculo do que para fazer curvas em alta velocidade, ficando mais à vontade em trilhos mais apertados ou mesmo em trânsito urbano.

Com duas motorizações à disposição, a mais interessante usa o motor 1.2 PureTech a gasolina, com um turbo que aumenta a potência dos 82 para os 110 cv. Com um binário máximo superior a 200 Nm que está disponível logo às 1500 rpm, oferece uma resposta rápida logo em baixa rotação, com recuperações muito interessantes praticamente em qualquer nível de rotação. Embora o binário seja inferior ao do Diesel, a potência superior torna o motor a gasolina mais interessante, oferecendo sensações mais imediatas sem prejudicar o consumo, que é fácil de manter na casa dos cinco litros médios. De resto, a versão Rip Curl mantém o mesmo nível de conforto do C4 Cactus normal, onde se destaca o espaço para as pernas tanto nos bancos dianteiros como nos bancos traseiros, para isso contribuindo a estrutura minimalista da consola central e os bancos dianteiros compactos. A bagageira tem uma dimensão apropriada, mas se quiser levar uma prancha Rip Curl dentro do Citroën C4 Cactus Rip Curl, terá que rebater os bancos. Com um preço abaixo dos 20 mil euros, os elementos adicionais tornam o carro francês ainda mais apetecível do que já era.

FICHA TÉCNICA

Motor 3 cil., 12 v., inj. e turbo, 1199 cm3 Potência 110 cv/5500 rpm Binário 205 Nm/1500 rpm Transmissão Dianteira, cx. manual 5 vel. Suspensão McPherson à frente e eixo de torção atrás Travagem DV/D Peso 1095 kg Mala 348-1170 litros Depósito 50 litros Velocidade máxima 188 km/h Aceleração 0 a 100 km/h 9,3 segundos Consumo médio 4,3 l/100 km Consumo médio AutoSport 5,4 l/100 km Emissões CO2 100 g/km

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