Ensaio: SEAT Ibiza SC FR 1.4 TSI
A gama SEAT Ibiza foi recentemente renovada, com novos equipamentos, novas opções, novos elementos decorativos… e novos motores mais ecológicos, combinando baixa cilindrada com um turbo. Mas há uma versão que, não sendo totalmente novidade, é também das mais interessantes para Portugal, pois coaduna-se com o espírito latino aventureiro que é a imagem de marca do construtor espanhol, tem performances interessantes, pode ser usado facilmente para utilização diária e não é preciso uma conta bancária milionária para adquirir um.
Na versão FR, com a carroçaria SC (de três portas) e o motor 1.4 TSI de 150 cv, o SEAT Ibiza já é um carro interessante para experimentar. O motor tem uma resposta rápida numa ampla faixa de utilização, sem ser muito ‘explosivo’ debaixo do pedal do acelerador. Os 150 cv da versão FR dão para aquecer, mas não para incendiar como acontece na versão Cupra. No entanto, velocidade é coisa que não falta. E, ao contrário do Cupra, como não precisa de andar sempre em velocidade, em funcionamento normal conta com o sistema de desativação de cilindros, o que lhe permite atingir consumos médios mais do que aceitáveis, nos seis litros baixos. Ou menos, com alguma cautela e um pé direito leve. Desta vez, a versão FR utiliza uma caixa manual de seis velocidades, mas tem um funcionamento mais civilizado do que o esperado. Era preferível a DSG de dupla embraiagem com um modo desportivo.
O chassis também não demonstra as mesmas capacidades de um automóvel verdadeiramente desportivo. É bem estável nas curvas, mas tem uma suspensão que por vezes também é, como a caixa, mais civilizada do que o necessário (os amortecedores podiam ser um pouco mais duros, que não fazia mal), e a direção é mais leve e menos progressiva que o esperado, especialmente a velocidades mais elevadas. Nesta nova geração, o Ibiza FR parece ter ficado mais longe do Cupra.
Mesmo não tendo um comportamento completamente à altura, a aparência já satisfaz quem quer ter um carro para dar nas vistas, com alguns acabamentos decorativos exclusivos, nomeadamente as jantes pintadas de 17 polegadas. Mas é no interior que o carro tem mais novidades. Para esta geração, a SEAT preocupou-se essencialmente em melhorar a conectividade dos ocupantes com o carro, introduzindo o MirrorLink com integração para smartphones (compatível com Android), sendo possível escolher uma função de ativação que tanto responde a comandos por voz, como também permite ler em voz alta informação chegada ao condutor pelo sistema. Visualmente, este sistema não é muito diferente, uma vez que o Grupo VW já tinha centralizado muitos comandos de informação e de entretenimento no ecrã tátil da consola central. Mas é preciso alguns minutos para o utilizador se familiarizar com os novos controlos.
De resto, não há grandes diferenças em termos de utilização diária. A ergonomia foi revista em alguns pormenores, sem ser radicalmente diferente, e o banco traseiro continua a ter um bom espaço para as pernas, mas é mais apertado ao nível dos ombros.
Ficha técnica
Preço 19 881 €
Motor 3 cil., 12 v., inj. direta e turbo, 1395 cm3 Potência 150 cv/5000-6000 rpm Binário 250 N.m/1500-3500 rpm Transmissão Dianteira, cx. manual 6 vel. Suspensão Independente McPherson à frente e eixo semi-rígido atrás Travagem DV/D Peso 1143 kg Mala 292 litros Depósito 45 litros Velocidade máxima 220 km/h Aceleração 0 a 100 km/h 7,6 segundos Consumo médio 4,8 l/100 km Consumo médio AutoSport 6,2 l/100 km Emissões CO2 110 g/km
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